Na noite desta quarta-feira (4), a conta de Twitter do secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), o diplomata uruguaio Luis Almagro, finalmente rompeu o silêncio e se pronunciou a respeito… quem achou que ele teria falado das eleições nos Estados Unidos achou errado.
O comentário de Almagro foi sobre o furacão Eta, que está causando estragos na região da América Central e do Caribe. Certamente é um tema importante, tanto quanto o pleito estadunidense, que continua sendo completamente ignorado pelo secretário-geral – ou, para não dizer que não comentou nada, é preciso admitir que ele retuitou mensagens genéricas da conta oficial da OEA, dessas que diziam que tudo corria muito bem no país, que não havia nada anormal.
“Nossa solidariedade e apoio aos cidadãos dos países da América Central e do Caribe, e dos seus governos, que foram afetados pela tormenta Eta, especialmente Nicarágua e Honduras”, comentou Almagro, horas atrás.
Sob o comando do diplomata uruguaio desde 2015, a OEA se tornou conhecida por questionar processos eleitorais em países como Bolívia e Venezuela. Em 2019, um informe da entidade sobre as eleições de outubro daquele ano, vencida por Evo Morales, foi o estopim do golpe de Estado civil-militar desencadeado no mês seguinte, que deu início à ditadura de Jeanine Áñez.
Tal comportamento da entidade faz com que seja no mínimo curioso que esta não se pronuncie diante de um cenário estadunidense em que um dos candidatos – que, por acaso, é o atual presidente tentando sua reeleição – se declarou vencedor do processo antes da conclusão da apuração e quando ele aparecia perdendo segundo os resultados parciais.