Na televisão e internet, a Vale vende uma imagem de que fez e faz uma política de reparação pelo crime de grandes proporções humanas e ambientais ocorrido em Brumadinho (MG) há um ano e nove mês. Veja uma das peças publicitárias de setembro:
Na prática, a população de Brumadinho tem de ir às ruas, em plena pandemia, para protestar contra a proposta da empresa de acabar com o auxílio emergêncial dos atingidos pelo crime de Brumadinho.
Na segunda-feira, 19/10 os trabalhadores de São Joaquim de Bicas denunciavam a falta de água e o fim do auxílio emergencial. Ontem, 21 de outubro, foi a vez dos atingidos em Brumadinho. Hoje, 22 de outubro, com gritos de "Vale assassina", a comunidade ocupa a entrada da sede da Vale, em Brumadinho, e pressiona a empresa, para garantir os direitos dos atingidos pelo rompimento da barragem. Os manifestantes querem entregar a pauta de reivindicação para o diretor da Vale, que se recusa a receber os atingidos, que sequer contam com água potável para consumo.
A Vale foi obrigada pela Justiça a arcar com auxílio emergencial para os atingidos pelo rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG) que afetou toda a região do Paraopeba. A Justiça determinou que quem vive a uma distância de 1km da calha do Paraopeba de Brumadinho a Pompeu receberia um repasse mensal de 1 salário mínimo para adultos, meio salário mínimo para adolescentes e 250,00 para crianças. Agora, a Vale quer diminuir esse pagamento e cessá-lo de vez, em abril de 2021. Hoje e amanhã (23/10), no Fórum de Belo Horizonte, ocorre a audiência de conciliação.
A proposta da Defensoria Pública e Ministério Público envolve a concessão de um auxílio econômico provisório para pessoas que tiverem abalo à renda e que possam realizar a comprovação. A Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social - AEDAS denuncia que o empobrecimento generalizado dos moradores que vivem na cidade e às margens do Rio Paraopeba se aprofundará e, ouvindo a comunidade (Grupos de Atingidos e Atingidas (GAA’s) e Rodas de Diálogos (RD’s), além do que foi conversado nas reuniões com diversas Comissões), organizou e sistematizou as propostas das pessoas atingidas para um novo Auxílio Econômico. A Aedas protocolou o documento, construído por seus profissionais, para constar no Processo Judicial. Leia na íntegra a nota da Aedas.