O diretor-executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, disse nesta segunda-feira (12) que é motivo de celebração o fato de os números da Covid-19 no Brasil estarem se estabilizando e até recuando em algumas regiões. No entanto, ele destacou que eles estão se estabilizando em níveis bastante elevados.
No último sábado (10), o Brasil passou de 150 mil mortes pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. Neste domingo (11), o total de óbitos registrados foi de 290, o menor desde maio. No entanto, ele é superior ao número de mortes no desastre aéreo da TAM em Congonhas em 2007. Na semana passada, o país ultrapassou os 5 milhões de contaminados pelo Sars-Cov-2.
“Dizer que a doença está caindo no Brasil é uma coisa positiva”, afirmou Ryan. No entanto, ele destacou que "o fato de que a doença está desacelerando não significa que ela não vá ganhar força de novo”. “E de maneira muito rápida em diversas circunstâncias”, disse.
Ele citou exemplos de países da Europa que estão vendo os índices crescerem novamente, para afirmar que o fato de os indicadores da Covid-19 no Brasil estarem caindo não exclui que novos picos possam voltar a ocorrer.
Por esse motivo, o executivo alertou que as autoridades devem se manter atentas para, ao mesmo tempo em que os números gerais caem, conseguir detectar áreas em que eles estejam aumentando.
“O Brasil é um país muito grande, quase do tamanho de um continente, então dizer que a doença está recuando no Brasil é algo positivo, o que não quer dizer que ela não possa estar, em algumas áreas, crescendo. Então temos que nos manter vigilantes o tempo todo”, afirmou. O diretor do programa de emergências sanitárias da OMS fez questão ainda de parabenizar os trabalhadores da saúde da linha de frente de atuação contra a Covid-19.