Comitiva com executivos da Taurus acompanha Bolsonaro na Índia

É a primeira vez na história em que representantes dos governos e da indústria de defesa dos países se encontram em um evento bilateral do setor, mas não há menção nos canais oficiais das empresas

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Dez grandes empresas brasileiras de armas, munição, equipamentos de vigilância, aviação e inteligência militar acompanham a visita oficial de Bolsonaro à Índia, entre 24 e 28 de janeiro. CEOs da Altave, Atech, Avibras, Companhia Brasileira de Cartuchos, Condor, Embraer, Iveco, Macjee, Omnisys e Taurus, estão na capital Nova Déli junto à comitiva presidencial para participarem de um seminário de indústrias de Defesa dos dois países. Os executivos  —entre eles Salésio Nuhs, presidente da Taurus, amplamente criticada pelos filhos de Bolsonaro nas redes— querem aumentar exportações e conseguir licenças de Narendra Modi, primeiro ministro da Índia, para a produção de armas e equipamentos de segurança no país. É a primeira vez na história em que representantes dos governos e da indústria de defesa dos países se encontram em um evento bilateral do setor. As compras na área da Defesa são apenas governamentais e se destinam às forças de segurança pública e militares. A Índia é o segundo maior comprador de equipamentos de defesa do planeta, atrás apenas da Arábia Saudita, e tem o quarto maior orçamento militar do mundo. Em 2019, o Brasil registrou aumento de 30% nas autorizações de exportações de produtos de Defesa, em relação a 2018 -um salto de US$ 915 milhões para US$ 1,3 bilhão - uma diferença de cerca de R$ 5,4 bilhões). Parceria Brasil-Índia O seminário da indústria de defensa, 1º Brazil-India Defence Industry Dialogue, acontece na tarde do dia 27 e será aberto por Marcos Degaut, secretário de produtos de defesa do governo Bolsonaro, e por Ajay Kumar, secretário de defesa da Índia.  O encontro não foi divulgado nos canais oficiais do Ministério de Defesa, nem aparece no calendário de eventos da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), que também organiza o evento. O governo indiano quer reduzir sua dependência de importações na área de Defesa. Rússia, Israel, França e os EUA são os principais fornecedores do país no setor. É esperada também a assinatura de um memorando de cooperação na área de segurança cibernética entre o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência e o Ministério de Tecnologia da Informação da Índia.