Suíça quebra sigilo bancário e envia dados de contas de Paulo Preto ao Brasil

De acordo com as autoridades suíças, quando Paulo Preto decidiu transferir os recursos para Bahamas, um paraíso fiscal, no início de 2017, o montante nas contas era de R$ 144,3 milhões. O engenheiro é acusado de ser o operador de caixa 2 de políticos do PSDB paulista

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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O Ministério Público da Suíça decidiu enviar para as autoridades brasileiras informações sobre as quatro contas que o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, manteve naquele país. Com tais documentos, equivalentes a quebra de sigilo de bancário brasileira, será possível saber quem recebeu recursos de Paulo Preto. De acordo com as autoridades suíças, o saldo das contas do ex-diretor da Dersa era de 35 milhões de francos suíços quando ele decidiu transferir os recursos para Bahamas, um paraíso fiscal, no início de 2017. O montante corresponde atualmente a R$ 144,3 milhões. Diretor da área de engenharia da Dersa entre 2007 e 2010, Paulo Preto geriu grandes obras como o Rodoanel e a reforma da Marginal Tietê. O executivo é apontado como operador de recursos ilegais do PSDB pelo Ministério Público Federal. Entre 1991 e 1995, Souza foi diretor de assuntos especiais do Metrô, no governo de Luiz Antônio Fleury Filho. A documentação trará todas as transações desde 1993, quando Paulo e sua ex-mulher abriram duas contas no banco Bordier & Co., uma para cada um. Extratos enviados pelo banco em maio de 2018 mostrava que,  entre 2007 e 2009, no governo de José Serra (PSDB), essas contas receberam "numerosas entradas de fundos". O mesmo documento dizia que Paulo Preto abriu quatro contas 43 dias depois de ter sido nomeado diretor de engenharia da Dersa, em maio de 2007. Num documento apresentado pela própria defesa de Paulo Preto, numa reclamação feita ao Supremo em janeiro, revelou as contas e o saldo delas. Nesse recurso ao Supremo, os advogados de Paulo Preto pediam que a investigação fosse transferida de São Paulo para o STF por guardar conexões com o inquérito que trata de supostas doações da Odebrecht para Serra. A investigação que corre em São Paulo é sobre suspeitas de desvios não na construção do Rodoanel, mas na transferência de moradores afetados pela obra. O engenheiro chegou a ser preso duas vezes em 2018, sob acusação de ter desviado R$ 7,7 milhões, mas foi solto nos dois episódios por decisão do ministro do STF Gilmar Mendes. Em 2017, sob investigação das autoridades suíças, Paulo Preto tentou retirar os recursos do país europeu. Havia risco de as autoridades congelarem as contas do ex-diretor da Dersa. Quem comunicou que o ex-diretor da Dersa estava tirando o dinheiro do país e remetendo os recursos para as Bahamas foi o próprio banco, o Bordier & Co.] Ajude a financiar a cobertura da Fórum nas eleições 2018. Clique aqui e saiba mais.