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De acordo com a Crusoé, em nota desta sexta-feira (8), o delator da Odebrecht, Alexandrino Alencar, admitiu à Polícia Federal (PF) que delatou a ex-ministra Miriam Belchior mesmo sabendo que ela não cometeu nenhum crime.
Ele simplesmente disse que colocou na sua lista de delatados o nome de todos os políticos do PT com os quais manteve contato. No caso de Miriam Belchior, ele citou as obras que tratou com ela no tempo em que era ministra do Planejamento e depois presidente da Caixa.
“O nome de Miriam Belchior surge em anexo introdutório que trata do relacionamento com agentes políticos e públicos do PT. Perguntado se quando da apresentação do anexo 5º o colaborador tinha consciência de que não havia fato crime envolvendo tais reuniões, respondeu que sim. Perguntado então por que foi apresentado o anexo 5 como fato de interesse para a colaboração, respondeu que todos os contatados do Partido dos Trabalhadores constantes da agenda institucional do colaborador, que fossem agentes políticos, geraram anexos”, diz em trecho do depoimento.
O anexo em que Miriam Belchior é citada acabou virado um inquérito, onde Alexandrino foi ouvido recentemente. A PF acabou pedindo o arquivamento, já que o executivo alegou que não houve crime nos contatos com a ex-ministra.
O advogado do delator, Alexandre Wunderlich, disse à Crusoé que a tarefa de avaliar os fatos é da procuradoria e não de seu cliente. A ele cabia apenas, de acordo com o advogado, mencionar situações em que acreditava haver alguma conduta criminosa.