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O ex-presidente e pré-candidato à presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, prestou depoimento nesta terça-feira (5), ao juiz Marcelo Bretas, que disse tê-lo apoiado em 2002. Foi a primeira aparição pública de Lula desde a sua prisão, no dia 7 de abril. Ele estava de bom humor e disse que seu compromisso "é com a verdade" e que está "cansado de mentiras".
O ex-presidente falou por cerca de 50 minutos por videoconferência como testemunha de defesa do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), que é réu em uma ação penal que investiga uma suposta compra de votos para escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Em tom ameno, Lula viu a sua imagem em um telão e disse: "Estou bonito, hein?". Bretas ouviu o comentário e ironizou: "Não fala mal de mim que estou ouvindo, hein". "Eu sei, estou com o microfone aqui na frente", respondeu o ex-presidente.
Lula disse que estava com a mesma gravata que ele usou no dia em que o Rio foi escolhido como sede da Olimpíada. "Essa gravata é das Olimpíadas. Eu a carrego até ela ficar desmontando aqui."
Ele disse que em nenhum momento ouviu informações sobre negociação de votos para escolher o Rio como sede da Olimpíada. O ex-presidente defendeu a campanha que levou à escolha do Rio e disse lamentar que uma denúncia de compra de votos surja oito anos depois da escolha. A escolha do Rio ocorreu em 2009.
"Vivemos um momento de denuncismo", afirmou Lula, mas foi interrompido por Bretas, que pediu que Lula se focasse em responder aos advogados de defesa de Cabral.
Ao fim do depoimento, Bretas elogiou Lula pelo comportamento durante a audiência e citou um fato pessoal.
"Aos 17 ou 18 anos, eu estava aqui em um comício na avenida Presidente Vargas, vivíamos um momento diferente no país. Estava lá usando um boné e uma camiseta no seu nome", declarou ele. Com bom humor, Lula respondeu: "Pode voltar agora".
"Quando eu fizer um comício agora vou chamar o senhor para participar", completou o ex-presidente.
A videoconferência ocorreu na sede da própria PF, em Curitiba, onde Lula está preso, a pedido da defesa do petista, que não quis que ele deixasse a carceragem.
O caso
Lula foi arrolado como testemunha de defesa na ação penal referente à Operação Unfair Play, que investiga compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, que motivou a prisão do então presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman, e de Leonardo Gryner, seu braço direito no comitê organizador da Rio-16.
Nuzman é investigado sob suspeita de ter sido o elo entre o esquema de corrupção do governo Sérgio Cabral (PMDB) e os membros do comitê internacional.
O esquema teria comprado o voto de dirigentes africanos para que o Rio de Janeiro fosse favorecido na disputa ocorrida em 2009, ano em que Lula presidia o país.
Com informações do UOL