Vida simples: Metro quadrado do bairro do assessor vale menos que a metade de onde vive Bolsonaro

A casa sem revestimento de Fabrício de Queiroz, o assessor da família Bolsonaro que movimentou mais R$1,2 milhão em sua conta, fica em Taquara, bairro popular na divisa com a Cidade de Deus cujo metro quadrado vale R$4 mil - menos que a metade do valor da Barra da Tijuca, onde vive o presidente eleito

Vista do Google Street View do bairro de Taquara, no Rio de Janeiro
Vista do Google Street View do bairro de Taquara, no Rio de Janeiro
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A estranha movimentação financeira de R$1,2 milhão feita em apenas um ano na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) fica ainda mais suspeita diante do fato de que ele vive em uma casa sem revestimento em um bairro popular da zona oeste do Rio de Janeiro. Reportagem do jornal O Globo desta terça-feira (11) revelou que Queiroz, que atuava como motorista do filho do presidente eleito, mora com a esposa em uma casa sem pintura externa em um beco no bairro de Taquara. Ocupado por uma população de classe média baixa, o bairro tem características populares, com muitos comércios de rua, e residências bem próximas umas das outras em vielas, como é a casa do ex-assessor. O metro quadrado na região gira em uma média de R$4 mil. Para se ter uma ideia, o valor é menor que a metade do metro quadrado da Barra da Tijuca (média de R$10 mil), onde vive o presidente eleito e sua família. "Na viela onde Queiroz mora com a mulher, Márcia Aguiar, os imóveis são colados uns aos outros. No beco há varais improvisados do lado de fora das casas, fios emaranhados e canos aparentes. Na casa de Queiroz, um adesivo rasgado com as fotos do presidente eleito Jair Bolsonaro e de seu filho Carlos, vereador no Rio, está colado na fachada. No segundo andar, que tem a laje sem revestimento, tapetes secavam no parapeito ainda sem janela", descreve a reportagem do jornal O Globo. O ex-assessor de Flávio Bolsonaro é citado em relatório do Coaf por conta da “movimentação atípica” de R$ 1,2 milhão entre 2016 e 2017. O documento que identificou a movimentação faz parte de uma investigação do Ministério Público Federal. O relatório da Coaf aponta ainda que Queiroz recebeu repasses de oito funcionários do gabinete do filho do presidente eleito e que ele chegou a fazer um repasse de R$24 mil para a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O presidente eleito afirmou, de forma genérica, que o repasse à esposa seria parte de uma "dívida".
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