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"Vivemos dias tristes para nossa democracia. Triste do país que seus cidadãos precisam aguentar tudo de boca fechada", afirmou o juiz na decisão. O grupo ficou mais de 24 horas detido sob a acusação de "associação criminosa e corrupção de menores"
Por Redação
O grupo de manifestantes detidos ontem (4) no Centro Cultural São Paulo foi liberado agora há pouco depois de passarem por uma audiência de custódia no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. Na decisão, o Juiz disse que "vivemos dias tristes para a democracia".
"Vivemos dias tristes para nossa democracia. Triste do país que seus cidadãos precisam aguentar tudo de boca fechada" , afirmou na decisão.
O grupo foi detido e encaminhado ao DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais). Segundo o Cel. Dimitrios Fiskatoris, responsável por toda operação, os jovens "declararam que estavam reunidos para praticar atos de desordem na cidade".
"Eu tenho registro da declaração deles dizendo que faziam parte de um grupo que estava reunido para praticar atos de desordem na cidade e que eram parte de várias células que estavam espalhadas pela cidade", disse durante uma coletiva de imprensa.
Segundo uma nota da Secretaria de Segurança Pública de SP, eles foram indiciados por "associação criminosa" e "corrupção de menores".
No entanto, testemunhas disseram que os jovens carregavam máscaras, vinagre e kit de primeiros socorros. A Secretaria de Segurança de SP diz que eles estavam com "uma barra de ferro, câmeras, celulares, toucas, lenços, máscaras e diversos frascos contendo líquidos".
Um dos detidos ainda acusa a polícia de plantar uma barra de ferro em uma mochila que ele sequer carregava. O estudante Felipe Paciullo Ribeiro estava estudando para um trabalho de faculdade na biblioteca do Centro Cultural São Paulo quando foi surpreendido pela polícia.
“Meu filho não é uma pessoa interagida com política, não sabe de nada. Nunca foi a uma passeata. Ele foi preso apenas porque estava passando por ali”, disse a mãe do garoto ao site Ponte Jornalismo.
Na delegacia, advogados acusaram a Polícia de inúmeros abusos como o impedimento de ingresso dos defensores, a proibição da comunicação entre os detidos e seus familiares e o desrespeito à comunicação entre advogado e detidos que foram obrigados a prestar depoimentos sem a presença dos advogados.
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