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Em entrevista ao vivo e exclusiva para a Fórum, a presidenta Dilma Rousseff falou, entre outras coisas, sobre sua representação na mídia tradicional, criticou o governo interino, os cortes na saúde, bem como editorial do jornal O Globo que pede privatização do ensino superior. Assista a íntegra
Por Matheus Moreira
A presidenta Dilma Rousseff concedeu, na tarde desta terça-feira (2), no Palácio da Alvorada, uma entrevista exclusiva ao editor da Fórum, Renato Rovai, e à editora da revista em Brasília, Maíra Streit. Entre outros assuntos, a presidenta falou sobre a PEC 241, que prevê a alteração do sistema de vinculação de receitas e despesas com serviços públicos de saúde e educação. “É uma das piores medidas do governo interino. Limita e congela gastos em educação e saúde nos seus valores reais, haverá queda no gasto per capita”, apontou.
Ao comentar o governo ilegítimo e sua baixa representatividade, Dilma foi contundente e definiu a governança de Michel Temer como sendo de “homens, brancos e ricos”. Para a presidenta, afastada do cargo em maio desse ano, o jornal O Globo através de seus editoriais recentes apresenta indicadores de plano de governo que mostraria os reais interesses por trás do golpe parlamentar em curso. "Acho que O Globo tem dado todos os indicadores de plano de governo que o governo provisório quer para o Brasil", disse.
Sobre a sua imagem na mídia tradicional, Dilma afirmou que não tem dúvidas com relação a influência de alguns veículos de comunicação ao longo do processo.“Tentam construir uma imagem para transmitir que a melhor saída seja me afastar. É o projeto por trás das iniciativas que começam após a reeleição. A participação da mídia foi grande. Ela convocou manifestações, espetacularizou coberturas e tentou mostrar que era contra corrupção”.
Com relação ao presidente interino e seu partido, a presidenta assumiu que errou em “não ter percebido que havia uma transformação no PMDB” e foi além, admitindo ter errado ao compor sua chapa com Michel Temer. Sobre o PT, Dilma aponta que o partido precisará passar por "uma grande mudança".
Dilma, a menos de um mês para a votação do impeachment no Senado, se mostrou otimista em relação ao futuro. Para a petista, ainda é possível "reverter o jogo" e ela garantiu que não desistirá.
“Serei a primeira mulher presidenta que superou um impeachment sem base legal, sem crime de responsabilidade e uma mulher que soube reconduzir a democracia”.
A presidenta concluiu enviando um recado aos internautas e àqueles que se colocam contra o golpe. “Tenho a agradecer muito às mulheres, que têm sido especiais nesse processo. Pelo carinho, afeto e compreensão. O nosso lado é o lado certo: da história e da democracia, da defesa dos direitos socais do País. Vamos caminhar sempre mais fortes e mais livres”, finalizou.
Assista a íntegra aqui.