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Parlamentares do PT alertam para estratégia, realizada com aval do presidente interino, de manter o mandato do deputado e articular a candidatura de seu sucessor, que será responsável por livrar o peemedebista da cassação
Por Redação
Após formalizar sua renúncia à presidência da Câmara na tarde da última quinta-feira (7), o deputado afastado Eduardo Cunha já conseguiu uma vitória, já que o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Omar Serraglio (PMDB-PR), aceitou o pedido de devolver o parecer que pede a cassação do parlamentar para a Comissão de Ética.
Cunha alega que foi julgado como presidente e, como não exerce mais o cargo, é necessário que aconteça uma outra votação. Essa manobra, para dar sobrevida ao mandato de Cunha, teria sido articulada por seus aliados com aval do presidente interino Michel Temer.
O relator do processo na CCJ, Ronaldo Fonseca (PROS-DF), no entanto, negou que irá devolver o parecer para a Comissão de Ética.
Manobra
Os parlamentares do PT foram os primeiros a denunciarem que a renúncia era parte de um acordo feito entre deputados do PMDB e Temer para salvar Cunha.
"Renúncia de Cunha tem cheiro de pizza e o cozinheiro responsável é Michel Temer. A cena do crime está montada: Eduardo Cunha renuncia à presidência da Câmara, mas mantém o mandato. Com isso, passa a articular a candidatura do seu sucessor, que terá a missão de evitar a cassação do seu chefe. Tudo isso com a conivência de PSDB e DEM e a regência do presidente interino Michel Temer", afirmou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) em publicação no Facebook.
No site do partido há uma nota informando sobre o acordo. Além disso, o presidente da legenda, Rui Falcão, lembrou que enquanto o peemedebista renunciava e chorava diante das câmeras, o fim da exclusividade da Petrobras na exploração do Pré-Sal era votado na Casa.
Foto de Capa: Marcelo Camargo/Agência Brasil