Surgem indícios de que Cunha operava com Temer acordo com empreiteira

Deputado organizou pelo menos três encontros entre o presidente interino, Michel Temer, e o ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, no período de 2012 a 2014; nas últimas eleições, a empreiteira doou R$ 11,4 milhões para o PMDB.

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Deputado organizou pelo menos três encontros entre o presidente interino, Michel Temer, e o ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, no período de 2012 a 2014; nas últimas eleições, a empreiteira doou R$ 11,4 milhões para o PMDB Por Redação O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) organizou pelo menos três encontros entre o presidente interino, Michel Temer, e o ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, no período de 2012 a 2014. As reuniões não constam na agenda oficial, mas pelo menos um deles aconteceu no gabinete da vice-presidência, no anexo do Palácio do Planalto, em Brasília. As informações são do jornal O Globo. As conversas que mostram a articulação de Cunha foram encontradas pela perícia da Polícia Federal no celular de Azevedo e fazem parte do inquérito da Operação Lava Jato. Em um dos encontros, o ex-presidente da construtora afirmou que faria doações à campanha do PMDB. Em 2014, a Andrade Gutierrez repassou R$ 11,4 milhões para o partido de Temer e Cunha. Nas mensagens, a Polícia Federal encontrou menções a pagamentos à legenda e à empresa de Eduardo Cunha, bem como comentários sobre mudanças de textos legislativos. Em uma tentativa de organizar nova reunião entre Temer e Azevedo, Cunha conta que o então vice-presidente “cansou de esperar” pelo executivo e foi embora, após conclusão de sua agenda. Procurado para falar sobre o caso, o ex-presidente da Câmara dos Deputados disse que não se lembra das conversas e sugere que não tenham acontecido. Já a assessoria de Michel Temer afirmou que o presidente interino e Azevedo mantinham uma linha de diálogo direta sem intermediários e que as doações ao partido foram legais e oficializadas, registradas no TSE. O relatório da Polícia Federal aponta que Eduardo Cunha e Otávio Azevedo, além do WhatsApp, utilizavam aplicativos que destroem as mensagens. Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil