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O ex-dirigente do Movimento Brasil Livre , Bráulio Fazolo, disse em entrevista que quem questionava os financiamentos era chamado de "esquerdista" e convidado a sair do movimento
Por Redação
O ex-dirigente do MBL (Movimento Brasil Livre) de Espírito Santo, Bráulio Fazolo, disse em entrevista ao site Diário do Centro do Mundo que o movimento responsável pela organização e convocação das manifestações a favor do impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff recebeu auxílio financeiro do PMDB, partido de Michel Temer.
Bráulio Fazolo deixou a coordenação do movimento no dia 12 de junho porque estava decepcionado com os rumos que o movimento havia tomado e que nao concordava com o financiamento que o MBL estava recebendo de partidos políticos interessados diretamente no afastamento de Dilma. "Uma coisa que eu quero que fique clara é que o movimento recebeu dinheiro do PMDB. Não só do PMDB mas de alguns outros partidos, mas vou citar o PMDB em especial porque o nome do partido foi falado internamente nas reuniões. É um assunto que a gente nunca levou para fora dos grupos internos, dos núcleos", disse Bráulio.
Ele explicou que esses assuntos do financiamento eram discutidas em reuniões internas, com a presença de algumas lideranças do movimento. O assunto nunca era levado para as reuniões abertas: "O MBL tem vários grupos abertos para quem diz simpatizar com a causa, e essas situações não são levadas para esses grupos, são tratadas em grupos internos. Essa questão do PMDB ter destinado fundos para pixulecos, panfletos, movimentação de pessoas que foram a Brasília acompanhar o impeachment sempre foi tratada com bastante tranquilidade, porque eles passavam para a gente que o PMDB era uma peça fundamental no impeachment".
O ex-dirigente disse que todos da coordenação tinham pleno conhecimento dos repasses: "Todas as pessoas que faziam parte da coordenação, da parte interna do MBL sabiam que esses repasses existiram".
Bráulio disse que pessoas que questionavam a origem do financiamento das manifestações eram consideradas de esquerda e convidadas a deixar o movimento. "Inclusive algumas pessoas que bateram, persistiram na tecla, nessa pauta, foram convidadas a sair do grupo, foram consideradas pessoas de esquerda. É um assunto que nunca foi tratado muito bem."
Durante as votações do impeachment em Brasília, o MBL tinha carro e casa a disposição. Tudo cedido por um deputado desconhecido, segundo Bráulio. "As pessoas da coordenação não ficaram acampadas na votação do impeachment. A coordenação tinha um “QG”, uma casa que foi cedida por um deputado desconhecido, que a gente não sabe quem é, com carro disponível que levava e buscava as pessoas", disse.