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Por conta das especulações de empate nos votos pela cassação de Cunha, a deputada baiana era considerada um voto decisivo. Depois das notícias de que a "tropa de Cunha" estaria tentando influenciá-la, a parlamentar, além de votar favoravelmente à cassação, anunciou que compareceu à sessão para "resolver o problema que os homens não conseguiram resolver"
Por Redação
O voto da deputada Tia Eron (PRB-BA) era um dos mais aguardados na sessão desta terça-feira (14) do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que aprovou o relatório que pede a cassação do presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Ao longo das últimas semanas, na reta final de uma discussão que já durava meses, o cenário que estava se pintando era de empate na votação e, por não ter revelado, até então, seu posicionamento, o voto da parlamentar baiana era considerado decisivo. Inúmeras pressões e especulações em torno da deputada, então, começaram a surgir.
Para alguns deputados, a base do governo provisório de Michel Temer na Casa estaria se articulando para fazer com que Tia Eron votasse contra o relatório e salvasse Eduardo Cunha.
Na sessão desta terça-feira (14), no entanto, além de votar pela cassação de Cunha, Tia Eron mandou um recado aos deputados, deixando claro que nenhum daqueles parlamentares "mandam" nela.
"Respeito todos aqui presentes. Surpreende que os senhores [hoje] não me procuraram, nem sequer citaram meu nome, entenderam que de fato não mandam nessa 'nega' aqui. Nenhum dos senhores manda", disse.
Há sete meses em tramitação, a análise do Conselho de Ética sobre a situação de Cunha foi protelada e manobrada em uma série de ocasiões. Essa "dificuldade" - em maior parte intencional - de adiar a decisão também foi criticada pela deputada.
"Eu não compreendo como é que depois de sete meses, os senhores homens, que não compreendem o que é gestar, por isso chamam 'cadê Tia Eron?', para resolver o problema que os homens aqui não conseguiram resolver", disparou antes de proferir seu voto, que foi favorável à cassação do peemedebista.
"Eu não posso aqui absolver o representado nesta tarde. Eu não posso. Eu voto sim".
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil