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Interessante comparar os websites de Donald Trump e Hillary Clinton. O que se lê ou o que se vê na sessão “Issues” (tópicos, assuntos, problemas), em específico o que dizem os candidatos sobre Segurança Nacional, previsivelmente diverge em formato, tom e conteúdo.
Clinton:
Declara logo de início seus valores:
1. Manter os Estados Unidos em segurança defendendo seus valores básicos e liderando com princípio.
2. Derrotar o grupo ISIS e o terrorismo global e as ideologias que os motivam.
3. Reforçar alianças e nutrir novos relacionamentos para abordar desafios coletivos como o meio ambiente e as mudanças climáticas, ataques cibernéticos e doenças altamente contagiosas.
Em seguida, o texto traz algumas das medidas de Clinton quando participou do governo Obama como Secretária de Estado.
[…] Hillary restaurou a liderança Americana no mundo, depois da erosão dos oito anos da administração Bush e sua política isolacionista. Seu mandato foi marcado por conquistas significantes, da organização de uma coalizão para impor medidas severas contra o Irã, da mediação do cessar fogo em Gaza e da proteção de Israel, e do suporte ao Presidente Obama e sua decisão de fazer justiça com relação a Bin Laden, e muito mais. [1]
Trump:
Em contraste com a sessão “Issues” e “Segurança Nacional” da candidata Hillary Clinton, não há textos no website de Donald Trump. O candidato opta por vídeos curtos. Títulos e subtítulos comunicam a tese central de cada um dos 20 vídeos disponíveis, a maioria deles tendo de 25 a 55 segundos, e apenas dois deles se dedicando diretamente ao tema da “Segurança Nacional”: [2]
1. “O Exército”
“Eu vou tornar o Exército tão grande, tão poderoso e forte que ninguém vai mexer com a gente”.
2. “Israel”
“Eu sou muito pró Israel”
Hillary Clinton está certa ao dizer que Trump é inconsistente, “neutro na Segunda, Pró-Israel na Terça e sabe-se lá o que na Quarta.” [3] O que desconcerta é o apelo que a retórica de Trump tem tido para tantos Republicanos de classe média baixa. Como já apontaram alguns comentaristas [4] [5] [6], a popularidade de Trump parece ser uma reação dos conservadores de baixa renda a algumas investidas específicias do governo Obama: mais direitos e conquistas para imigrantes; uso terapêutico e recreacional de drogas; mais estados americanos discutindo o direito ao aborto; obrigatoriedade do seguro de saúde com o Obamacare; abrandamento da retórica e da prática belicista e isolacionista Americana, dentre outras.
Donald Trump ataca exatamente os pontos acima usando seu mote “Make America Great Again!” (Torne os Estados Unidos grande novamente). Com seu slogan, o candidato provavelmente se refere aos anos em que imigrantes, negros e mulheres dentre outras minorias tinham menos direitos na sociedade americana, quando a economia dos Estados Unidos deslanchava devido à “ajuda” na reconstrução da Europa do pós-guerra, e quando ao mesmo tempo o crescente poder aquisitivo da população aquecia e ampliava o mercado interno para bens de consumo.
Trump gostaria de voltar os Estados Unidos e o mundo para os Anos 50 de Truman e Eisenhower. [7]
[1] https://www.hillaryclinton.com/issues/national-security/, acesso em 17/5/2016.
[2] https://www.donaldjtrump.com/issues/, acesso em 17/5/2016.
[3] http://www.nytimes.com/2016/03/22/us/politics/hillary-clinton-and-donald-trump-vow-to-protect-israel-but-differ-on-means.html, acesso em 17/5/2016.
[4] http://www.theguardian.com/commentisfree/2016/mar/07/donald-trump-why-americans-support, acesso em 17/5/2016.
[5] http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/us-politics/12042218/Why-is-Donald-Trump-so-popular.html, acesso em 17/5/2016.
[6] http://www.nytimes.com/2016/03/02/opinion/campaign-stops/why-trump-now.html, acesso em 17/5/2016.
[7] http://www.nytimes.com/2016/04/26/upshot/when-was-america-greatest.html, acesso em 17/5/2016.
Foto de capa: CNN