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Foi divulgada hoje a taxa de desemprego do trimestre que vai de novembro de 2015 a janeiro de 2016: 9,5% - a maior taxa desde que a metodologia de apuração trimestral foi implantada em 2012. E o rendimento do trabalhador caiu 2,4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. São 9,6 milhões de trabalhadores desempregados – um ano antes, eram 6,7 milhões.
Tudo em economia que afeta diretamente a vida do trabalhador tem piorado nos últimos 5 anos. Podem botar a culpa na crise internacional. Desculpa fraca para quem tem um mercado interno com 140 milhões de consumidores regulares. Podemos botar a culpa parcial na Lava Jato que, de fato, paralisou decisões empresariais de investimento – ninguém pode negar. O desemprego na construção é avassalador e a responsável é a Lava Jato que criou um clima de terror e paralisia econômica.
O desemprego no Brasil subiu. O rendimento dos trabalhadores caiu. E isso é fundamentalmente resultado do modelo de política econômica iniciado em 2011, com a presidente Dilma. Lula tinha um “modelo de geração de empregos, inclusão social e distribuição de renda”. Esse modelo foi jogado no lixo e substituído pelo “modelo de controle da inflação, melhoria da competitividade da economia e consolidação fiscal”. Nada contra esses rótulos do governo Dilma, mas os rótulos e o conteúdo de Lula eram muito superiores (e tinham lado). Os números falam por si só.
Resumo da ópera 1: Dilma substituiu o modelo de estímulo à demanda de Lula (isto é, dinheiro nas mãos dos pobres e dos trabalhadores) por um modelo de estímulo à oferta (ou seja, dinheiro nas mãos de empresários e rentistas). Deu errado. Mas a prosa continua.
Resumo da ópera 2: em plena crise política, o governo (ou o Ministro Nelson Barbosa, obviamente, com o aval da presidente Dilma) enviou ontem (23/03) ao Congresso o Projeto de Lei Complementar 257/2016 que trata de uma reforma fiscal que objetiva fazer o governo governar menos, arrochar o funcionalismo público e transformar o corte de gasto em rotina indolor para quem corta. Isso afronta a base social que lidera o movimento NÃO VAI TER GOLPE. Falta juízo ao governo até mesmo em momentos gravíssimos.
Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília