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Ex-presidente fez um dos discursos mais fortes do ano no encontro com sindicalistas em São Paulo. Convicto, empolgou a plateia ao garantir que não vai se render: "Nem que seja a última coisa que eu faça na vida, vou ajudar Dilma a governar esse país"; assista
Por Ivan Longo
A impressão que ficou para os sindicalistas ao final do encontro com o ex-presidente Lula, na tarde desta quarta-feira (23) em São Paulo, foi a de que "a batalha não está perdida" e que estão "virando o jogo", conforme definiu o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas.
Com a presença de centenas de pessoas, Lula se emocionou antes mesmo de começar a falar, ao assistir a um vídeo em que personalidades, ativistas e sindicalistas declaram apoio ao ex-presidente com a mensagem de "Lula vale a luta".
A intenção do ato, realizado na Casa de Portugal, região central da cidade, foi a de defender a ida do líder petista ao ministério da Casa Civil e repudiar qualquer tentativa de golpe à democracia por parte da Justiça, da mídia e da oposição.
A fala do ex-presidente se centrou nesses temas. Misturando emoção e descontração, Lula foi de críticas à Rede Globo, passando pelo vazamento de grampos por parte do juiz Sérgio Moro, até sua experiência em, atualmente, preferir uísque à cachaça.
"As pessoas evoluíram. O povo não quer mais comer acém, comer músculo. O povo agora quer picanha. Eu mesmo hoje bebo uísque, não é mais cachaça", brincou, como forma de criticar aqueles que ainda hoje lutam contra a ascensão social promovida em seu governo.
Em um discurso longo, ele afirmou que é preciso que Dilma mude sua política econômica para gerar mais empregos, pois, segundo o ex-sindicalista, "são os trabalhadores que vão salvar o país da crise". Apesar dos ataques que vem sofrendo, foi direto: "Nem que seja a última coisa que eu faça na vida, vou ajudar Dilma a governar este país".
De acordo com o ex-presidente, seis meses com ele como ministro-chefe da Casa Civil seriam o suficiente para que o Brasil "volte a ser o país da alegria". Lula, no entanto, não escondeu qual é sua prioridade agora. "A economia a gente pode arrumar amanhã. Evitar o golpe é pra hoje", disse, ovacionado aos gritos de "não vai ter golpe".
Assista:
Foto: Roberto Parizotti/CUT