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Neste Primeiro de Maio, não consigo deixar de pensar nos professores do Paraná, a quem dedico este texto em especial, como emblemáticos representante de todos os trabalhadores do Brasil.
A eles, que sofreram nas bombas, nas balas de borracha, nos gritos de dor, nos gritos por justiça. A eles, cuja luta foi desmerecida nas comemorações de quem assistia ao protesto de camarote, quando a Polícia Militar paranaense investia contra os Mestres. Estes, trabalhadores que têm o condão de educar uma pátria ainda tão ignorante quanto aos direitos dos trabalhadores e as mais comezinhas regras de direitos fundamentais de nossa Constituição, atacados por policiais, que também são trabalhadores e garantem a segurança das mesmas autoridades que os oprimem.
Uma arena a céu aberto, replicando aqueles coliseus sanguinolentos, palco de tantos massacres que saciavam, há cerca de 2000 anos, a vontade dos césares, para o seu entretenimento e prazer sádico.
A luta de classes não está terminada, nem tampouco tem roupagem velha. É mais atual do que nunca e isto é notório na luta de todos os trabalhadores brasileiros quando bradam por melhores salários, condições de trabalho, contra a precarização de seus direitos trabalhistas, como pretende agora essa agenda perversa da Câmara dos Deputados na votação do nefasto PL 4330.
São várias as lições que exemplos recentes nos obrigam a aprender mais e também refletir sobre a importância da reaproximação do Governo Federal com os movimentos sociais e sindicais, sendo este fato mais recente no Paraná, um a ser relembrado sempre, para que a certeza de que somente com mobilização, agregação e muita luta contra a opressão neoliberal que o País ainda testemunha, se fortaleça ainda mais.
Neste Primeiro de Maio, em especial, desejemos que o grito, sangue, suor e lágrimas dos professores do Paraná, não tenham sido em vão, naquela batalha campal entre trabalhadores, todos oprimidos pelo mesmo governo.
O caso do Paraná nos faz observar talvez uma das mais paradoxais desigualdades no País: professores são tratados por algumas autoridades como bandidos, enquanto algumas autoridades descumpridoras da Lei, são tratadas como "Doutores".