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Durante sabatina, a presidenta revelou que Guido Mantega, atual ministro da Fazenda, já avisou que não poderá permanecer no cargo em um eventual segundo mandato
Por Redação
Em sabatina ao jornal O Estado de São Paulo, a presidenta e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), defendeu a Petrobras e disse estranhar quem fala em destruição da petrolífera. "Acho estranhíssimo alguém falar em destruição da Petrobrás. Tirando esta questão que tem aparecido neste momento da campanha, a Petrobras hoje é uma empresa primorosa. Nós saímos de R$ 15,5 bi e chegamos ao patamar de R$ 111 bi. Como qualquer empresa do mundo, tem seu valor baseado nas reservas de petróleo que tem. E hoje a Petrobras tem uma reserva grande", disse.
Posteriormente, Dilma declarou que todas as denúncias de corrupção foram investigadas durante seu governo. "Quem não investiga não descobre. Desmontamos muitos esquemas de corrupção. O que me estranha é que outros esquemas de corrupção não tiveram o mesmo tratamento. É o caso do mensalão do DEM. Eu acho que nós investigamos. Fizemos o dever de casa, não deixamos nada debaixo do tapete. Hoje, doa a quem doar, vamos investigar. Você acha que é tranquilo, uma plataforma que custa R$ 1, 5 bi afundar? E ninguém investigar por que afundou. A plataforma de R$ 1,5 bi é duas vezes Pasadena. Ela afundou no governo FHC e ninguém investigou. Não é próprio das plataformas sair por aí afundando. Teve a troca de ativos da Repsom e não foi investigada. Estou dando dois exemplos que não tiveram o mesmo tratamento", declarou.
Sobre a continuidade de Guido Mantega, ministro da Fazenda, em um eventual segundo mandato, Dilma Rousseff declarou que Mantega já informou que não teria como continuar. "Ele comunicou que não tem como ficar no governo no segundo mandato por questões pessoais que eu peço para vocês respeitarem", informou a presidenta.
O fato de a campanha de Dilma Rousseff ter comparado Marina Silva (PSB) a Jânio Quadros e Fernando Collor também foi motivo de questionamento. "Eu disse que eu acho a Marina uma pessoa bem intencionada. Não estou fazendo uma comparação pessoal. O que eu fiz de comparação com o Jânio (Quadros) e o (Fernando) Collor é que ambos governaram sem apoio. Quem escolhe o deputado e o senador não é a presidente. Todas as pessoas que acham que vão negociar com notáveis, que é possível governar sem partido, geralmente ocorre alguma coisa muito perigosa. Quem governa sem partido geralmente tem uma pessoa muito poderosa por trás, geralmente os mais ricos. Isto não é nova política, é a política que levou o País a um tipo de visão que a democracia pode ser feita apenas por uns poucos", critica Rousseff.
Em seguida, a presidenta declarou que, sem reforma política, é impossível fazer uma nova política. "Eu nunca negociei contra os interesses do País, por alguma outra questão que não fosse melhorar o País. Eu tenho uma convicção que sem reforma política, sem participação popular, sem regras de financiamento de campanha, não tem essa questão de nova política. A nova política implica em termos o povo participando por um plebiscito. Temos que retomar tudo que foi dito nas manifestações. Temos que fazer uma reforma política porque para governar é uma dificuldade e continuarei enfrentando enquanto não houver reforma política que faça com que o dinheiro público não se perca", analisou.
Ainda sobre a reforma política, Dilma Rousseff se declarou a favor de convocar um plebiscito. “Acho tão importante que o País vote em plebiscito, que só o ato de participar já muda o País. Logo depois das manifestações, eu fiz minha proposta de plebiscito. Vou convocar (um plebiscito de reforma política). Acho estranho, que todas as pessoas... vou te explicar: 99% da população brasileira querem uma melhora na representatividade. Muitas pessoas querem uma maior transparência das instituições. As pessoas querem melhorar as formas que as campanhas são financiadas. Sem respaldo da população, ninguém tem força para fazer nenhuma alteração”, defendeu Rousseff.
Foto: Coligação Mais Futuro