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Artigo divulgado pela revista Nature indica a hipótese. Cientistas estudaram a região por 2 anos
Por Redação
[caption id="attachment_41655" align="alignleft" width="276"] Em 2010, período de seca na Amazônia, emissão de carbono atingiu nível recorde: 510 milhões de toneladas (Foto: Wikipedia)[/caption]
A Amazônia ganhou a capa da última edição da conceituada revista Nature. O motivo: um estudo inédito aponta que, em períodos de seca, a floresta tende a absorver quantidade menor de dióxido de carbono (CO2).
O artigo, produzido em conjunto por autores brasileiros, americanos e europeus, ligados a dez instituições de pesquisa, foi publicado na edição de quinta-feira (6). Ele se baseia em observações realizadas durante os anos de 2010 e 2011. Durante esse período de tempo, os pesquisadores sobrevoaram 80 vezes a área da Bacia Amazônica (uma média de duas por mês em cada uma de suas quatro regiões).
Em 2010, a Amazônia sofreu um período de seca. Nesse ano, por conta das queimadas, seu nível de emissões de CO2 atingiu a casa das 510 milhões de toneladas, um recorde. Em contrapartida, apenas 30 milhões de toneladas do gás foram absorvidas. Isso significa que as 480 milhões restantes acabaram na atmosfera.
Já em 2011, a situação variou bastante. Choveu mais do que a média prevista e 250 milhões de toneladas de CO2 foram absorvidas. O "superávit" constatado ficou entre os 50 e 60 milhões de toneladas. Nesse caso, a floresta funcionou como "sumidouro" do principal gás causador do efeito estufa.
Apesar dos fortes indícios da ligação entre quantidade de água disponível e absorção de carbono na Amazônia, os especialistas explicam que ainda é cedo para trabalhar com certezas. "É muito difícil com apenas dois anos de observação traçar uma relação precisa", disse Luciana Vianni Gatti, química da USP e coautora do estudo, em entrevista à Deutsche Welle Brasil. As análises prosseguirão por mais um década.