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Projeto de lei apresentado no Parlamento italiano prevê aumento da malha de ciclovias, que hoje conta com apenas 4 mil quilômetros
Por Jéssica Lipinski, do Instituto CarbonoBrasil
[caption id="attachment_43006" align="alignleft" width="344"] Milão, uma das cidades turísticas da Itália, deve receber mais ciclovias (Foto: Federação Italiana Amigos da Bicicleta)[/caption]
Visando facilitar o deslocamento da população e de turistas, um grupo de 80 parlamentares italianos de vários partidos apresentou, na última semana, um projeto de lei para implementar no país milhares de quilômetros de ciclovias, que ligariam todas as capitais regionais e locais de importância turística.
A proposta é que, até o terceiro trimestre deste ano, seja aprovado um plano para desenvolver pelo menos 20 mil quilômetros de ciclovias na Itália. Atualmente, o país possui apenas quatro mil quilômetros. Também seriam criadas formas de acesso para as bicicletas em estações de trens, portos e aeroportos, bem como infraestrutura para bicicletas elétricas.
Além disso, o projeto prevê a requalificação de ruas do estrato urbano, transformando-as em Zona 30, ou seja, vias em que os carros não poderiam passar de 30 km/h.
Outras propostas do projeto de lei incluem a obrigatoriedade de construir espaços destinados a bicicletas em edifícios ou áreas externas, como já acontece no caso de automóveis, e o aumento de monitoramento em áreas urbanas onde se registram mais furtos de bicicletas, criando um sistema uniforme desse monitoramento, que hoje é diferente de cidade para cidade.
“O sistema será gratuito e facultativo para os usuários e entidades locais”, observou o deputado Diego De Lorenzis, do partido Movimento 5 Stelle. Tudo isso para disseminar o uso da bicicleta entre os italianos e entre os turistas que vêm à Itália.
O deputado do Partido Democrático Antonio Decaro, que apresentou o projeto, defendeu a proposta argumentando que, atualmente “60% do deslocamento de carro ocorrem para uma distância de até cinco quilômetros, e 15%, para uma distância inferior a um quilômetro”.
Decaro, que também é participante do Grupo Interparlamentar para Mobilidade Ciclística, divulgou a proposta durante um seminário promovido em Roma pela Federação Italiana Amigos da Bicicleta. O tema do encontro questionava: “Italia, paese bike friendly?” (“Itália, país amigo da bicicleta?”). Para muitos participantes, a resposta é “ainda não”.
Alguns dos políticos presentes no seminário afirmaram que querem que o país se inspire em outras nações europeias para se tornar mais sustentável no quesito de mobilidade urbana, ressaltando os exemplos internacionais que já sinalizaram apoio à bicicleta como alternativa aos automóveis.
“O [arranha-céu] Shard em Londres, criado pelo [arquiteto] Renzo Piano, tem apenas 40 lugares de estacionamento. Na Itália, por uma coisa desse tipo pode-se acabar na cadeia. Há sete milhões de italianos de bicicleta, e a eles a política deve dar uma resposta”, comentou Marina Sereni, vice-presidente da Câmara dos Deputados italiana.