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De acordo com o criador do Cooperifa, os movimentos culturais e sociais das periferias nunca estiveram tão fortes como atualmente
Por Guilherme Franco | Foto: Elza Fiúza/ABr
Sérgio Vaz é um dos nomes que está fazendo a periferia sonhar e ao mesmo tempo realizar seus sonhos. Poeta e fundador da Cooperifa, tradicional sarau realizado na zona sul de São Paulo, ele participará da última mesa do seminário “A Periferia no Centro: cultura, narrativas e disputas”, que vai debater a produção cultural das periferias brasileiras, com a ascensão dos saraus, do hip hop e do funk.
“Esse é o momento ideal de falar sobre a cultura na periferia, pois estamos vivendo a nossa Primavera Periférica, nossa Bossa Nova, nossa Tropicália, tudo junto. É muito importante dar luz ao que está às sombras”, garante Sérgio Vaz. De acordo com ele, os saraus resgataram a autoestima das comunidades. “Nós tínhamos vergonha de falar que morávamos no bairro, enquanto hoje temos orgulho de dizer que moramos onde acontece a Cooperifa”, explica.
A cada verso lido nos saraus fica evidente a luta da periferia contra o genocídio da população negra e jovem, que pede espaços culturais em vez de delegacias e unidades da Fundação Casa. Para Sérgio Vaz, este cenário é reflexo de uma educação pública ineficiente. “Nós abandonamos as escolas, os professores, os alunos e ficamos presos dentro de casa tentando entender o porquê dessa violência. Não podemos permitir que os jovens sejam presa fácil. Caso contrário, terá um policial para cada adolescente, o que não resolve absolutamente nada”, conclui.
Além de Sérgio Vaz, a mesa que debate a produção cultural das periferias brasileira terá a participação de Allan da Rosa, escritor, fundador da Edições Toró e colunista de Fórum; o rapper Crônica Mendes, entre outros. O seminário “A Periferia no Centro: cultura, narrativas e disputas” acontece no próximo dia 14 de novembro, sexta-feira, o Museu de Arte Moderna (MAM), das 9h30 às 18h30. Para participar, basta se inscrever em: revistaforum.com.br/periferia.