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A discussão sobre as causas e efeitos da inflação tem sido muito rebaixada. Usa-se qualquer rótulo para classificar a inflação. Não há compromisso com os fatos, despreza-se a coerência e faz-se o culto à superficialidade.
A inflação no Brasil não é alta. A inflação média dos últimos oito anos (2006-2013) foi de 5,2%. Nesse período, a menor taxa anual foi 3,1% e a maior foi 6,5%. Inflação alta era antes do Plano Real, lançado em 1994, quando o presidente era Itamar Franco. Sejamos intelectualmente honestos, inflação alta existia quando a causa da inflação era a própria inflação. Quando os preços aumentavam hoje porque tinham aumentado ontem. Havia uma corrida de diferentes preços e salários para evitar perdas. Havia uma corrida descontrolada de preços, não havia previsibilidade, os contratos eram frágeis e a inflação era superior a 80% ao mês. Hoje, a inflação mensal é quase sempre inferior a 0,5%. De 1994 para cá, temos tido taxas moderadas de inflação. As causas são pontuais. No contexto de inflação moderada, há causas específicas, por exemplo, a alta dos alimentos ou uma desvalorização cambial. Após o Plano Real, ingressamos num regime de taxas moderadas, horas mais elevadas, horas mais baixas – mas a trajetória sempre foi de uma inflação moderada. Existe previsibilidade, os contratos não são abalados por conta de altas taxas inflacionárias. Devedor e credor podem assinar contratos com segurança. Por motivos eleitorais, tucanos lançam o ataque: “a inflação é alta e descontrolada”. Não querem debate de ideias. Chamam para o Fla-Flu. Então devemos mostrar o placar. Vamos à comparação numérica entre os 8 anos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e as administrações do PT (2003-hoje). Está superada a discussão se a inflação é moderada ou alta: de 1995 aos dias de hoje é moderada. A média da inflação no governo Dilma foi de 6,1% ao ano. No mesmo período, a inflação nos Brics foi de 6,3%. Mas, no Brasil o efeito da inflação tem sido neutralizado já que os reajustes dos rendimentos do trabalho e do salário mínimo desde 2003 aos dias de hoje têm sido maiores que a inflação. Isso é fato reconhecido pelos tucanos. Mas como não prestam atenção nos trabalhadores, mas somente nos negócios, dizem que essa dinâmica retira competitividade das empresas. Em outras palavras, reduz os lucros – pelo simples fato que salários reais estão aumentando. Está ultrapassada, também, a discussão se há descontrole ou não: desde 1994, quando foi quebrado o regime de alta inflação, temos inflação sob controle. Resta a discussão: quem obteve melhores resultados em termos de taxas e custos sociais dentro desta situação consagrada de inflação moderada e sob controle que já dura 20 anos. Vamos aos números. São, flagrantemente, favoráveis às administrações do Partido dos Trabalhadores. A inflação média nos governos tucanos foi de 9,25%. É importante apontar a causa. Sofríamos constantemente de choques cambiais que contaminavam todos os preços da economia. O câmbio disparava. Não tínhamos reservas em dólares para vacinar os choques cambiais, éramos um país com uma alta vulnerabilidade externa. Nossas reservas eram 10 vezes menores do que são hoje.
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