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Alguns meses depois de afirmar que não subiria em palanque com o PSDB, a candidata Marina Silva (PSB) defensora da "nova política" afirma que votará no tucano. A decisão de apoio a Aécio foi criticada pelo presidente interino da sigla Roberto Amaral, chamando-a de opção pelo "polo mais atrasado"
Por Redação
Depois de uma semana pensando em que rumo tomar, a candidata derrotada pelo PSB Marina Silva confirmou seu apoio a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições presidenciais, mesmo tendo dito em outras oportunidades que não subiria no palanque do PSDB "em hipótese alguma". Mesmo assim, Marina afirma que seu apoio é, na prática, uma "nova política"
“Votarei em Aécio e o apoiarei, votando nesses compromissos, dando um crédito de confiança à sinceridade de propósitos do candidato e de seu partido e, principalmente, entregando à sociedade brasileira a tarefa de exigir que sejam cumpridos,” disse Marina, se referindo a "carta de compromissos" que o tucano leu ontem (11) em Recife, onde incorporou ao seu programa diversas propostas feitas pela pessebista. Entre elas, estavam a transformação do Bolsa Família em lei, o esforço para acabar com a reeleição, a garantia de o Executivo ser o responsável pela demarcação de terras indígenas, a ampliação da reforma agrária e o esforço para acaber com a reeleição - tema tão caro à candidata durante essas eleições. Sendo que o único ponto rejeitado por Aécio foi a redução da maioridade penal - que por sua vez, é um tema caro ao tucano, mas que Marina é contra -, se comprometendo apenas a buscar alternativas para afastar a juventude da violência.
Todavia, a terceira colocada na corrida presidencial negou que o discurso de Aécio tenha tido como objetiva conquistar seu apoio no segundo turno: “Quero, de início, deixar claro que entendo esse documento como uma carta compromisso com os brasileiros, com a nação. Rejeito qualquer interpretação de que seja dirigida a mim, em busca de apoio. Seria um amesquinhamento dos propósitos manifestados por Aécio imaginar que eles se dirigem a uma pessoa e não aos cidadãos e cidadãs brasileiros,” disse Marina.
Aécio Neves já conta com o apoio de outros presidenciáveis "nanicos" como Eduardo Jorge (PV), pastor Everaldo (PSC), além como de outros grande representantes do conservadorismo, Marco Feliciano (PSC) e o pastor Silas Malafaia, sendo alguns deles.
Racha até mesmo depois de derrotados
Já o presidente interino do PSB Roberto Amaral, decidiu ir na contramão da legenda e declarou apoio a Dilma Rousseff, afirmando em nota que o PSB "traiu a luta" do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em agosto passado, ao se aliar com o PSDB. Amaral criticou a decisão tomada por seu partido classificando-a de "suicídio político-ideológico", assim como uma opção pelo "polo mais atrasado": "O apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff é, neste momento, a única alternativa para a esquerda socialista e democrática", escreveu.
O posicionamento de Amaral foi criticada pelo vice de Marina Silva na chapa derrotada, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS): "Nós do PSB lamentamos muito a postura do presidente interino do partido. O Amaral expressa nessa sua declaração a falta de paixão que ele já não mostrava ou deixava claro na pré-candidatura do Eduardo, na candidatura minha e de Marina", afirmou Albuquerque.
Foto de Capa: Reprodução