O óleo de cozinha usado na preparação de alimentos tanto em casa quanto em restaurantes e refeitórios pode se transformar em biocombustível para tratores e caminhões.
O óleo de cozinha usado na preparação de alimentos tanto em casa quanto em restaurantes e refeitórios pode se transformar em biocombustível para tratores e caminhões. Veículos movidos a diesel precisam de pouca ou nenhuma adaptação para rodarem com o óleo de fritura filtrado, preservando o meio ambiente e proporcionando uma economia para agricultores e transportadores de carga.
Há várias iniciativas que desenvolvem essa tecnologia social. Uma delas foi promovida pelo Instituto Morro da Cutia de Agroecologia (IMCA). O projeto garantiu à entidade o prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social de 2009. Mais importante do que o processo de conversão dos automóveis, é a forma de conscientização e mobilização da comunidade para separar e coletar o material.
Normalmente, a recomendação da autoridade sanitária é de que o óleo usado seja acondicionado em garrafas PET e descartadas junto do lixo não reciclável, destinado a aterros. Mesmo assim, caso a embalagem seja danificada, o material pode ser derramado no solo e chegar a lençóis freáticos. Estima-se que um litro de óleo vegetal polui até mil litros de água pura. No solo, promove a impermeabilização da área afetada, dificultando a infiltração da água da chuva.
Na cidade de Montenegro-PR, foi instituído um sistema de colega para receber e acondicionar o óleo recolhido. Isso envolve alertar a população, explicar os riscos de um descarte inadequado para o meio ambiente. A aposta dos ativistas foi em manter postos de coleta e contar com a colaboração da população devidamente alertada sobre os benefícios ambientais.
Depois de permanecer em repouso por algum tempo para que eventuais resíduos dos alimentos fritos se separem por decantação, o óleo é filtrado. Para cada 10 litros recolhidos, são produzidos seis de biodiesel. Em alguns casos é preciso garantir uma mistura para que a viscosidade do combustível seja adequada a fluir pelo motor. Isso é possível porque há uma variedade grande disponível, elaborados a partir de diferentes sementes oleoginosas – como soja, milho, girassol, canola entre outras.
Por fim, os motores, especialmente de tratores usados por pequenos proprietários rurais, é adaptado. Segundo os pesquisadores, há duas possibilidades. A primeira, mais simples, consiste em instalar um dispositivo que permita que o aquecimento do combustível depositado no tanque. A uma temperatura pouco mais elevada do que a ambiente, o óleo fica menos viscoso e circula menor. Uma alternativa, para alguns tipos de motores, normalmente de veículos comercializados em países do Hemisfério Norte, onde o inverno é mais rígido, é a instalação de velas de ignição especiais. Para isso, o carro precisa ter sido fabricado para receber esse dispositivo.
No caso de agricultores familiares, uma vez convertido o motor de um trator ou caminhão, por exemplo, é possível incentivar o cultivo de oleoginosas como o Pinhão manso (Jatropha curcas) e Tungue (Aleurites fordii). Misturando o extrato prensado dessas sementes com o óleo de fritura filtrado, é possível reduzir o consumo ou até garantir autossuficiência em termos de combustível.
Como separar • Encerrada a fritura, deixe o óleo esfriar. • Despeje o óleo em uma garrafa PET, passando uma peneira. • Feche a garraga e encaminhe para postos de coleta.
Para bares e restaurantes, a sugestão é usar galões de plástico de 20 litros para acondicionar melhor o material.
Conheça outros grupos que usam técnicas semelhantes:
• Em São Paulo-SP e Salvador-BA - Comanche Clean Energy recolhe o óleo doado, basta agendar. Clique aqui para saber como.
• Nos EUA, viagem de Easthampton, Massachusetts, para Nova York
• Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas da USP Ribeirão Preto