Pinheirinho: da família Kubitzky ao Naji Nahas

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Desde domingo, 22, o que se passa no Pinheirinho, em São José dos Campos, vem chocando qualquer pessoa que tenha um pouco de sensibilidade e bom senso. Cerca de 2 mil famílias expulsas da forma como foram é algo deprimente em 2012. Como podem tratar seres humanos como escória. Pelo menos, com a internet, milhares de vídeos, imagens e relatos denunciando a violência da operação puderam ser compartilhados pelo Twitter, Facebook, blogs. A indignação fez com que vários atos fossem convocados pelas redes. No domingo mesmo, cerca de 700 pessoas foram para a Avenida Paulista. [caption id="attachment_203" align="alignleft" width="300" caption="A matéria que mostra o cruel assassinato dos irmãos Kubitzky (Reprodução: Blog Hum Historiador) "][/caption] Das inúmeras informações publicadas, vou destacar uma que vi no blog Hum Historiador sobre a origem do terreno, onde as famílias moravam desde 2004. Notícia do jornal Folha de S. Paulo de 1 de julho de 1969 relata o brutal assassinato de quatro irmãos que eram os donos da área de cerca de 1 milhão de metros quadrados. Os irmãos Kubitzky eram todos idosos e solteiros (Paul tinha 76, Arthur, 74, Erma, 72, e Frida Elsa, 68). O jornal diz que eles eram proprietários de mais de um milhão de cruzeiros em terras. Essa seria a principal suspeita do extermínio, já que não deixaram herdeiros. As terras foram parar na mão do Estado. Do Estado para o Naji Nahas, que dispensa apresentações. E, agora, que estava na mão do povo, o Estado devolveu para Naji Nahas, que teve ordem de prisão decretada na ocasião da Operação Satiagraha, pelo juiz Fausto de Sanctis. Fato é que para ter as terras que serviam de moradia, cumprindo sua função social como prevê a Constituição, muitos crimes foram cometidos. O que acontece nesta semana são crimes contra os direitos humanos. O pior da história é que muitas comunidades estão sendo expulsas em nome de revitalizações, operações e empreendimentos. Sem qualquer planejamento urbano ou respeito ao Estatuto das Cidades, e até mesmo aos seres humanos, quem está ditando as regras é a especulação imobiliária. Quero muito ver qual o destino que esse terreno terá daqui a alguns anos. Será um novo condomínio? Por que não para as famílias do Pinheirinho?
 

Desde domingo, 22, o que se passa no Pinheirinho, em São José dos Campos, vem chocando qualquer pessoa que tenha um pouco de sensibilidade. Cerca de 2 mil famílias expulsas da forma como foram é algo deprimente em 2012. Como podem tratar seres humanos como escória. Pelo menos, com a internet, milhares de vídeos, imagens e relatos denunciando a violência da operação puderam ser compartilhados pelo Twitter, Facebook, blogs. A indignação fez com que vários atos fossem convocados pelas redes. No domingo mesmo, cerca de 700 pessoas foram para a Avenida Paulista.

Das inúmeras informações que chegaram até mim, vou destacar uma que vi no blog Hum Historiador sobre a origem do terreno, onde as famílias moravam desde 2004. Uma notícia publicada no jornal Folha de S. Paulo de 1 de julho de 1969 relata o brutal assassinato de quatro irmãos que eram os donos da área de cerca de 1 milhão de metros quadrados.

Os irmãos Kubitzky eram todos idosos e solteiros (Paul tinha 76, Arthur, 74, Erma, 72, e Frida Elsa, 68). O jornal diz que eles eram proprietários de mais de um milhão de cruzeiros em terras. Essa seria a principal suspeita do extermínio, já que eles não deixaram herdeiros. As terras foram parar na mão do Estado. Do Estado para o Naji Nahas, que dispensa apresentações. E, agora, que estava na mão do povo, o Estado devolveu para Naji Nahas, que teve ordem de prisão decretada na ocasião da Operação Satiagraha, pelo juiz Fausto de Sanctis.

Fato é que para ter as terras que serviam de moradia, cumprindo sua função social como prevê a Constituição, muitos crimes foram cometidos. O que acontece nesta semana são crimes contra os direitos humanos.

O pior da história é que muitas comunidades estão sendo expulsas em nome de revitalizações, operações e empreendimentos. Sem qualquer planejamento urbano ou respeito ao Estatuto das Cidades, quem está ditando as regras é a especulação imobiliária. Quero muito ver qual o destino que esse terreno terá daqui a alguns anos. Será um novo condomínio? Por que não para as famílias do Pinheirinho?