“Entre o violoncelo e o cavaquinho: música e sujeito popular em Machado de Assis”. É uma versão resumida de um artigo que recebeu o 1º lugar no Concurso Internacional de Ensaios sobre Machado de Assis, organizado pelo Itamaraty, e só publicado num volume comemorativo da chancelaria, distribuído a embaixadas, consulados e bibliotecas, mas não vendido em livrarias. Trata de como Machado registrou e pensou, não só na ficção como também nas crônicas, as relações entre gêneros sancionados da música erudita (o sonatismo, a ópera), formas européias que se popularizavam no Brasil (como a polca) e gêneros genuinamente populares (o maxixe, derivado em parte do abrasileiramento da polca). Tem uma posição de destaque no artigo um conto até recentemente pouco estudado de Machado, “O Machete”, publicado em 1878 no Jornal da Família e nunca reunido em livro durante a vida do autor. O texto está na Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea (daquele antro comunista, a UnB), que foi gentilíssima ao estender bem o conceito de “contemporâneo” da revista para que entrasse meu texto. Pegue o PDF aqui.
“O Manguebeat e a superação do fosso entre o nacional e o jovem na música popular”. O artigo analisa o Mangue Beat a partir de uma de suas marcas registradas, o diálogo entre gêneros estrangeiros marginais ao panteão do pop rock internacional (heavy metal, hip hop, raggamuffin) e gêneros brasileiros tidos como regionais e não canonizados no panteão da música nacional (coco, maracatu, ciranda, embolada). O emblema do movimento, a parabólica fincada na lama, combina as raízes na realidade local com a atenção permanente aos fluxos globais. A tese do artigo é de que o Mangue Beat supera o fosso entre música popular e música jovem aberto a partir da crise do potencial contestatário e emancipatório da MPB no período de transição à democracia. O texto saiu em Outra Travessia, da UFSC, e o PDF está aqui.
[caption id="attachment_774" align="alignright" width="197" caption="Capa de "Figuras da Violência", lançado em 2011"][/caption] “O pensamento da violência em Walter Benjamin e Jacques Derrida”. O artigo examina o clássico ensaio de Walter Benjamin, “Para a crítica da violência”, à luz de um dos momentos importantes de sua fortuna crítica, o Força de lei, de Jacques Derrida. Em primeiro lugar, questiono a associação que faz Derrida entre o ensaio de Benjamin e uma suposta “onda anti-parlamentar” no pensamento weimariano. Daí, passo a um exame da identificação feita por Derrida entre a noção benjaminiana de violência divina e o conceito de Destruktion que elaboraria Heidegger alguns anos depois. Para finalizar, tiro algumas conclusoes acerca dos vinculos entre a leitura de Benjamin proposta em Força de lei e alguns postulados de outro ensaio de Derrida, "Interpretações em guerra", lido em Jerusalém, num colóquio realizado em 1988, durante a segunda Intifada, e marcado pela ausência de convidados palestinos. O texto saiu em Cadernos Benjaminianos, da UFMG, e está disponível em PDF aqui.Saíram também, em 2011, dois livros meus: uma monografia em português e um volume em inglês, coeditado por mim e por meu colega Christopher Dunn. No caso dos livros, os links o levam a livrarias onde você pode adquiri-los.
Brazilian Popular Music and Citizenship reúne uma introdução minha e de Chris ao tema e ensaios de 20 pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Uma breve versão minha da introdução que escrevemos juntos está disponível em espanhol na revista argentina Todavía.
Figuras da Violência: Ensaios sobre Narrativa, Ética e Música Popular saiu no final de 2011 pela Editora UFMG. Inclui revisões de alguns dos artigos citados aqui e uma boa quantidade de material inédito.