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Blocos que usam papel, resíduos industriais e até garrafas PET podem ser soluções para uma das indústrias que mais poluem o ambiente
Por Redação [28.05.2010 08h44]
O desafio de tornar a construção civil menos danosa ao ambiente tem diversas tecnologias desenvolvidas pelo mundo. No Brasil, há uma ampla variedade de materiais voltados à sustentabilidade, o que evita contaminação do solo e de lençois freáticos.
A construção civil é uma das atividades potencial poluente, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). O cimento, uma dos produtos mais consumidos no mundo, ainda emite grande quantidade de dióxico de carbono (CO2), um dos principais gases causadores do efeito estufa e do aquecimento global. Dano semelhante ocorre em olarias produtoras de tijolos de cerâmica.
Uma das iniciativas para reduzir esse impacto reaproveita sobras industriais, argila e areia com auxílio de uma prensa. Os tijolos ecológicos desenvolvidos em Cordeirópolis (SP) inspiraram-se em exemplos da natureza. Segundo o químico Marco Gomes, um dos criadores da Prensa Hidráulica de Tijolos Ecológicos, pássaros como o joão-de-barro misturam palha picada, crina ou gravetos à terra para formar um ninho.
No processo, do qual participou o engenheiro de controle Fabio Celote, o tijolo é moldado em uma forma que permite um encaixe melhor do que o convencional, o que reduz perdas com o assentamento dos blocos. Com menos argamassa, os blocos ainda tem furos para a passagem de fios elétricos e canos por onde a água e eventualmente o esgoto podem passar (clique aqui para ler mais).
Outra ação realizada em outros países é chamada de EarthShips. Casas construídas com pneus, latas e garrafas. Criada na década de 1970 por Michael Reynolds, um arquiteto estadunidense, várias técnicas são usadas para produzir as casas ecológicas. (clique aqui para acessar um manual em português).
Menos cimento
Para reduzir o uso de cimento, também foram desenvolvidas técnicas inovadoras. No lugar dos blocos de concreto, um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Feira de Santana, em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo, conseguiram aproveitar, em larga escala, os resíduos gerads na extração e cortes de pedras ornamentais como mármore e granito.
O Brasil é o sétimo maior produtor mundial dessas pedras. No mundo, são 75 milhões de toneladas para pisos, pias e decoração em geral. O problema é que, ar serrar esse tipo de material, até 30% chega a ser perdido em forma de pó. No país, são 800 mil toneladas do resíduo por ano. Mais grave do que a perda econômica é o dano ambiental, já que as concentrações podem acabar em aterros sanitários ou até ter fins ainda menos adequados.
A proposta da pesquisa é substituir até 10% do cimento usado na confecção dos blocos por resíduo de serragem de rochas ornamentais (RSRO). O preço final do produto fica menor. As pesquisas também contaram com apoio do Centro Tecnológico do Mármore e Granito (Cetemag).
De papel
Outra opção é um bloco que têm como base o papel kraft usado em embalagens de cimento. A professora Rosa Maria Sposto, da Universidade de Brasília (UnB) coordenou uma pesquisa nesse sentido que conseguiu produzir tijolos com o mesmo tipo de resistência a impactos e ao fogo em comparação aos convencionais. O kraftterra usa a celulose do papel misturada a cimento (clique aqui para ler mais).