Da Redação
Resultados preliminares das eleições em Ruanda indicam que o país será o primeiro em que o número de mulheres supera o de homens no Parlamento.
Até o momento, segundo a Comissão Eleitoral Nacional, as mulheres garantiram 44 das 80 vagas no Parlamento, e o número pode aumentar se as três vagas reservadas para portadores de deficiência e representantes jovens forem para mulheres.
Ruanda tem uma Constituição, estabelecida depois do genocídio de 1994, que garante uma cota de 30% das vagas para parlamentares mulheres.
O atual Parlamento de Ruanda já tem 48,8% de presença feminina, a taxa mais alta do mundo. Agora, com os novos números, o Parlamento terá pelo menos 55% de representação feminina.
Sem partido O partido de governo conseguiu 78% das cadeiras no Parlamento na votação da última segunda-feira.
O Partido Liberal e o Partido Social Democrata já admitiram a derrota, segundo o correspondente da BBC na capital Kigali, Geoffrey Mutagoma.
As eleições indiretas para a cota das mulheres no Parlamento foram realizadas na terça-feira, e a votação para os representantes jovens e portadores de deficiência ocorrem nesta quarta e quinta-feira.
As mulheres que ocupam vagas no Parlamento reservadas para a cota feminina não podem representar nenhum partido.
"As próprias mulheres podem compreender muito, muito melhor os problemas das outras mulheres", disse a eleitora Anne Kayitesi à BBC.
"Homens, especialmente em nossa cultura, costumam pensar que mulheres estão lá apenas para ficar em casa, cozinhar, cuidar dos filhos", acrescentou. "Mas os problemas reais de uma família são conhecidos por uma mulher."
Esta foi a segunda eleição parlamentar desde o genocídio de 1994, em que cerca de 800 mil pessoas, da minoria tutsi e hutus moderados, morreram nas mãos de milícias hutu em apenas cem dias.
O presidente Paul Kagame estabeleceu o partido Frente Patriótica de Ruanda (RPF, na sigla em inglês) como a força rebelde que tomou o poder e encerrou o genocídio.
(Com informações da BBCBrasil)