MARCOS ANDRÉ DE OLIVEIRA DOS SANTOS

Ex-chefe da Delegacia da Mulher vira réu por agressão à ex-namorada

Há a suspeita ainda de que a Polícia tenha agido para tentar barrar as denúncias: “parecia que estavam tentando encontrar um motivo para justificar o ato dele”

Marcos André de Oliveira dos Santos.Créditos: Reprodução de WhatsApp
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O policial Marcos André de Oliveira dos Santos (foto), ex-chefe de investigações da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, virou réu por agressão e ameaças à sua ex-companheira.

A juíza Aline Maria Gomes Massoni da Costa aceitou, no último dia 21, denúncia feita pelo Ministério Público do estado (MPRJ). Ele vai responder a processo no 3º Juizado de Violência Doméstica. Com isso, além de virar réu, Marcos André também perdeu o porte e a posse de armas.

Sua ex-companheira, que é advogada, gravou conversas suas com o inspetor e fez registro de ocorrência na Corregedoria-Geral de Polícia Civil.

“Eu temo, tenho muito medo. Não me sinto segura. Eu o vi sendo vingativo com algumas pessoas, vi do que é capaz. E ele me disse: ‘não preciso fazer, mando outra pessoa fazer’”, revelou ela ao Globo.

Ela conta ainda que logo após fazer a denúncia, no fim de fevereiro, não conseguia sair de casa:

“Até absorvente, pedia por aplicativo. Quando saia, eu me tremia. A psicóloga que passou a me atender disse que eu tinha que sair. Tive que lutar muito, mas com o tratamento isso foi melhorando.”

E revelou: “Ele falava para mim: ninguém nunca vai tirar meu cargo, fiz concurso.”

As práticas dos crimes de lesão injúria, ameaça e violência psicológica, de acordo com a advogada, de 29 anos, começaram em outubro do ano passado, quando ela, quis terminar o relacionamento com Marcos, de 50, por não aguentar mais o “ciúme doentio” do inspetor.

“Depois que ele falou: ‘vou te matar, vou te furar, vou isso, vou aquilo’, eu queria mesmo que ele fosse embora (da casa dela). E eu gravei porque tinha que ter prova. Sabia que ele não iria querer sair”, conta ela.

Suspeita contra a Polícia Civil

A advogada contou ainda que, além de registrar a ocorrência, esteve mais duas vezes na corregedoria para prestar depoimento. O último deles durou mais de três horas, e disseram que ela estava se contradizendo, apesar das gravações:

“Sempre acreditei na Polícia Civil. O que aconteceu foi um choque. Sai de lá sem esperança. Parecia que estavam tentando encontrar um motivo para justificar o ato dele (Marcos)”, revelou.

As punições vão de suspensão até a demissão do servidor. Sobre o depoimento, a corporação afirmou que a vítima não foi interrogada; ela prestou declarações. “Em decorrência das investigações, o agente foi afastado do atendimento em delegacias”, diz em nota.

O que diz a defesa

Márcio Alexandre dos Santos, advogado de defesa do policial, disse que “todos os lados tem versões” e que “atualmente, só um lado está apresentando os fatos”. Ele destacou ainda que seu cliente tem provas de que não cometeu crime algum.

Com informações do Globo

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