Embaixada no Egito presta assistência ao médico que assediou muçulmana, diz Itamaraty

O bolsonarista Victor Sorrentino publicou nas redes sociais um vídeo fazendo “piada” misógina e assediando funcionária de uma loja

Victor Sorrentino - Foto: Divulgação
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A assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores divulgou, nesta segunda-feira (31), uma nota sobre o caso do médico bolsonarista, Victor Sorrentino, preso no domingo (30) por autoridades do Egito.

O brasileiro publicou nas redes sociais um vídeo fazendo “piada” misógina e assediando funcionária muçulmana de uma loja.

Veja a íntegra da nota:

“O Itamaraty, por meio de sua Embaixada no Egito, presta toda a assistência possível a brasileiros privados de liberdade naquele país, respeitando os tratados internacionais vigentes, como a Convenção de Viena sobre Relações Consulares, e a legislação local.

O Itamaraty já foi informado sobre o caso e as autoridades brasileiras no Egito estão prestando assistência consular cabível ao cidadão.

Em atendimento ao direito à privacidade e em observância ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, o Ministério das Relações Exteriores não fornece informações sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros”.

“Piada” misógina

As imagens foram gravadas durante a viagem de Sorrentino ao Egito. A funcionária de uma loja explicava a ele como são produzidos os papiros, materiais semelhantes ao papel muito utilizados pelos antigos egípcios para escrever. “Elas gostam é do bem duro. Comprido também fica legal, né?”, disse o médico à atendente, aos risos. “O papiro comprido”, completou.

“Si”, respondeu a mulher, em espanhol, sem entender as palavras do médico. “Tá! Maravilha”, disse Sorrentino. Na sequência, ele insistiu na pergunta sexista: “Vocês gostam mesmo é do bem duro, né?”.

O médico e um amigo deram risadas. O vídeo foi publicado por ele em seu perfil que tem quase 1 milhão de seguidores no Instagram.

Antes de ser preso, Sorrentino gravou vídeo chorando e lamentando o fato.

O médico ganhou notoriedade na pandemia da Covid-19 por defender o “tratamento precoce”, com a utilização de remédios sem eficácia comprovada para a doença.