Crítica do negacionismo, brasileira é uma das mulheres mais influentes do mundo

A cientista Natalia Pasternak, defensora da vacinação contra Covid e crítica de Bolsonaro, foi a única brasileira mencionada na lista das 100 mulheres mais inspiradoras do mundo, divulgada pela BBC News

Natalia Pasternak - Foto: Reprodução/TV Cultura
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Uma das maiores defensoras da vacinação contra Covid-19 e crítica da postura negacionista do governo de Jair Bolsonaro, a microbiologista Natalia Pasternak Taschner foi a única brasileira citada na lista anual de 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo, divulgada nesta terça-feira (7), pela BBC News.

A edição 2021 do projeto 100 Women destacou às mulheres que estão reinventando a sociedade, a cultura e o mundo.

Natalia, que é presidente do Instituto Questão de Ciência, usou as redes sociais para agradecer a premiação e o apoio de todos que tornaram possível o reconhecimento.

A cientista brasileira escreveu que “não é todo dia que a gente se vê ao lado de mulheres tão inspiradoras, e ser indicada como uma das 100 mulheres que influenciaram o mundo em 2021 é uma honra”.

https://twitter.com/TaschnerNatalia/status/1468192301348446211

Além de Natalia, foram incluídas na lista a primeira mulher primeira-ministra de Samoa, Fiam? Naomi Mata’afa; a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai; a escritora nigeriana, Chimamanda Ngozi Adichie; e a professora Heidi J. Larson, que chefia o Vaccine Confidence Project, segundo o Metrópoles.

Na lista deste ano, as mulheres do Afeganistão compuseram metade dos nomes indicados, aparecendo sem fotos para a própria segurança e usando pseudônimos.

“Retire o traseiro do nosso dinheiro e compre vacinas”, afirmou, em referência a Bolsonaro

Natalia Pasternak já fez duras críticas à forma como Jair Bolsonaro conduz o combate à pandemia do coronavírus. Durante participação no Jornal da Cultura, em fevereiro e 2021, a cientista disse:

“O presidente da República ainda tem a audácia de dizer que ele está sentado em cima de um cheque de R$ 20 bilhões. Então, eu gostaria muito de dizer ao senhor presidente da República que, por favor, retire o seu traseiro de nosso dinheiro e use para comprar vacinas”, destacou.

“O dinheiro, não o traseiro. O traseiro ele usa para governar o país e o resultado já vimos que não é bom”, acrescentou.

“Essa mentira mata”, disse Natalia, em depoimento à CPI do Genocídio

Durante seu depoimento na CPI do Genocídio, em junho de 2021, Natalia voltou a criticar a postura do governo: “Nós estamos pelo menos seis meses atrasados com relação ao resto do mundo, que já descartou a cloroquina, e aqui no Brasil nós continuamos discutindo isso. Isso é negacionismo, senhores, não é falta de informação. É uma mentira”, afirmou.

“No caso do Brasil, é uma mentira orquestrada pelo governo federal e pelo Ministério da Saúde. Essa mentira mata, porque leva pessoas a comportamentos irracionais e que não são baseados em ciência. Não devemos nunca permitir que negacionistas ocupem posições de poder”, completou.