Homem se fantasia de goleiro Bruno do Flamengo carregando saco de lixo onde estaria Eliza Samúdio

Tatuador que zombou do assassinato da modelo foi demitido: “Feminicídio não é brincadeira”, disse o delegado João Tayah, da Polícia Civil do Amazonas

Foto: Reprodução
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Uma brincadeira de muito mau gosto causou a demissão de um tatuador, em Manaus (AM). Ele resolveu se divertir às custas do sofrimento alheio, durante um evento de Halloween, e acabou perdendo o emprego.

Tudo ocorreu quando viralizou nas redes sociais uma foto em que o homem aparece fantasiado do goleiro Bruno e zombando do assassinato da modelo Eliza Samúdio, cometido em 2010.

A imagem mostra o homem vestido com uma camisa do Flamengo com o nome do goleiro às costas. Além disso, ele segura um saco de lixo com o nome de Eliza.

A foto foi postada em uma rede social da casa de shows “Porão do Alemão”. Com a repercussão, a empresa apagou a publicação e pediu desculpa. O estúdio de tatuagem “El Cartel Tatuaria” foi às redes para anunciar que o demitiu.

A mãe de Eliza Samúdio, Sonia Moura, declarou que vai procurar a Justiça. “Isso não vai ficar assim. Vou tomar providência quanto a isso. Além da minha dor, existe a dor do meu neto, que é uma criança de 11 anos que não tem voz ainda, que não tem como defender a mãe”, disse.

Bruno foi condenado a 22 anos de prisão pelo sequestro, cárcere privado, assassinato e ocultação do corpo de Eliza Samúdio, com quem ele teve um filho. O corpo de Eliza nunca foi encontrado.

Crime

Indignado, o delegado João Tayah, da Polícia Civil do Amazonas, usou as redes sociais para alertar sobre o artigo 287 do Código Penal, segundo o qual é crime “fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime”, com pena de “detenção, de três a seis meses, ou multa”.

“Feminicídio não é brincadeira, feminicídio não é fantasia. Infelizmente, a pena é considerada baixa, mas é suficiente para demandar a intervenção policial e instauração do devido Termo Circunstanciado de Ocorrência para apurar a conduta delituosa e verificar as razões pelas quais a pessoa adotou tal comportamento”, disse o delegado.

Com informações do UOL