Jair Bolsonaro voltou a debochar de mulheres ao falar sobre o projeto de lei que trata sobre saúde menstrual, recentemente aprovado no Congresso Nacional, e que teve um dos trechos vetados pelo presidente. A zombaria foi feita durante sua live nas redes sociais desta quinta-feira (8).
O chefe do Executivo vetou o trecho que previa distribuição gratuita de absorventes íntimos para pessoas de baixa renda ou em situação de vulnerabilidade, o que gerou indignação generalizada. Ao reafirmar que não tem de onde tirar recursos para financiar o programa, o chamou de "auxílio Modess", em referência à antiga marca de absorventes e que, atualmente, carrega conotação pejorativa.
Vamos lá, Parlamento, vamos derrubar o veto que eu cumpro aqui... A gente vai se virar e vamos estender o auxílio Modess, é isso mesmo? Auxílio Modess? Absorvente para todo mundo", disparou Bolsonaro.
“Eu vou dar a solução: É só o Congresso derrubar o veto, que eu sou obrigado a sancionar. Vamos tirar um pouquinho de cada coisa, de cada ministério. Não vai ser gratuito, vai custar pelo menos R$ 300 milhões e não vou criar imposto. A imprensa vai bater em mim falando que eu cortei recursos, mas não vai falar porque. Estou torcendo que o Parlamento derrube o veto", disse ainda.
Apesar fazer terrorismo afirmando que, se o Congresso derrubar o veto e instituir a distribuição gratuita de absorventes, terá que tirar dinheiro de outros ministérios, o trecho do PL prevê que sairiam de dotações orçamentárias já existentes no Sistema Único de Saúde (SUS).
Estados adotam programa
De acordo com levantamento da CNN Brasil, os 11 estados além do DF são: Piauí, São Paulo, Paraíba, Amazonas, Pará, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Paraná, Roraima e Pernambuco
No Rio Grande do Norte, a deputada estadual Isolda Dantas (PT) solicitou ao governo do estado a distribuição de absorventes para mulheres em vulnerabilidade. O pedido foi feito através de um requerimento protocolado na Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (14).
A aplicação de medidas locais que garantam a distribuição de absorvente na rede pública de ensino é uma reação ao veto do presidente Jair Bolsonaro ao Projeto de Lei 3968/2019, de autoria da deputada federal Marília Arraes que visava instituir a política em nível nacional.