Ex-funcionária de Saul Klein diz que empresário abusa de 200 a 230 mulheres por ano

"O abuso físico era horrível, era uma situação péssima" conta a mulher, que também foi vítima do filho do fundador das Casas Bahia

Saul Klein (Reprodução)
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Uma ex-funcionária de Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia, contou em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, que o empresário recebe, em média, 230 mulheres por ano em sua mansão de Alphaville, em São Paulo. Festas promovidas por ele no local contavam com diversos tipos de abusos.

"Eu não tenho estimativa real. Mas eu tenho uma média de 200 a 230 meninas por ano", contou a mulher, que não quis ser identificada. Os abusos, segundo ela, são incontáveis. "Na casa de centenas, com certeza. O abuso físico era horrível, era uma situação péssima", completa.

Segundo despacho da Justiça, mulheres contratadas pelo empresário eram obrigadas a se exibir o tempo todo de biquíni e ter atividades sexuais com ele, inclusive de modo humilhante e a contragosto.

"Também podiam ter que ingerir droga, permanecer trancadas em um quarto por um dia inteiro e aceitar se submeter a consultas com médicos ginecologista e cirurgião plástico, respectivamente, para cuidar das persistentes e reiteradas doenças sexualmente transmissíveis que as acometia e de outras enfermidades que apresentaram, bem como receber aplicações de botox ou outros tratamentos destinados a prepará-las para as sessões com o requerido Saul”, completa o despacho.

Uma outra vítima, que também não quis identificada, conta que tinha apenas 17 anos quando foi contratada para uma das festas do empresário. Ela relata que ele costumava promover "jogos" sexuais com as mulheres.

"Quem errava os jogos tinha que fazer sexo com outra menina. Se ele ficasse excitado o suficiente com a nossa performance, poderia fazer sexo com ele. Eu, que tinha dez dias que tinha completado 17 anos, fiz aquilo na frente de quase trinta meninas, com um cara de uns cinquenta anos, mais velho que eu", conta ela.

"Em três minutos de conversa ele falou: 'Então levanta que eu quero ver o seu corpinho'. E, na hora que eu levantei, essa menina veio, abaixou o meu vestido. Ele pediu para eu deitar e começou ali o ato sexual. Eu chorava. E tentava esconder o rosto, abaixar o rosto na cama, mas ele pegava no meu cabelo, virava o meu rosto e falava: 'Olha para mim, eu quero que você olhe para mim'", relata.

"Quando acabou, eu fui para o quarto com uma governanta que trabalhava na casa dele, e ela falava: 'Fica calma, eu vou aumentar em R$ 1 mil o seu cachê. Aí eu fui para esse sítio, eu não queria ter ido, mas me convenceram. Eu queria muito um celular, porque eu era uma menina de 17 anos que não tinha celular", finaliza.

Os abusos são investigados em inquérito aberto pela Delegacia de Defesa da Mulher de Barueri. Klein também terá que se submeter a uma perícia psicológica por decisão da Justiça, após uma ação movida por seu filho, Philip Klein.

Com informações do UOL