Anielle Franco alerta sobre feminicídios no Natal: “É importante falarmos sobre relacionamentos abusivos”

A irmã de Marielle usou as redes sociais para mencionar seis vítimas de assassinatos durante o período de festa

Anielle Franco - (Foto: Reprodução/Instagram)Créditos: Reprodução/Instagram
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Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018, usou as redes sociais para fazer um alerta. Diante do expressivo número de casos de feminicídio durante o Natal, ela destacou a necessidade de que a sociedade debata com profundidade a questão da violência doméstica.

“Viviane, Thalia, Loni, Anna Paula, Aline e Evelaine. Sabe o que essas mulheres têm em comum? Todas foram vítimas de feminicídio no período de natal em diferentes estados do Brasil. Por isso é tão importante falarmos sobre relacionamentos abusivos antes que o pior aconteça!”, tuitou Anielle.

Viviane Vieira do Amaral, de 45 anos, moradora de Niterói (RJ); Thalia Ferraz, 23, de Jaraguá do Sul (SC); Loni Priebe de Almeida, 74, de Ibarama (RS); Anna Paula Porfírio dos Santos, 45, de Recife (PE); Aline Arns, 38, de Forquilhinha (SC); e Evelaine Aparecida Ricardo, 29, de Campo Largo (PR). Seis mulheres brutalmente assassinadas por homens, no período de Natal, pelo simples fato de serem mulheres.

https://twitter.com/aniellefranco/status/1343255771505680386

Período de reflexões

Na opinião da promotora de Justiça, Valéria Scarance, coordenadora do Núcleo de Gênero junto ao Centro de Apoio Operacional Criminal do Ministério Público de São Paulo (MPSP), o período das festas de fim de ano é, pela cultura ocidental, um momento de reflexões, o que pode despertar frustrações em homens já violentos.

“Período de festa, Natal e Ano-Novo, é para nós no mundo ocidental um período de reflexão, de análise da vida, de rever as decisões, as frustrações; é um período muito simbólico. Então, homens autores de violência não lidam bem com as suas frustrações, suas perdas, não aceitam que a mulher, muitas vezes, os contrarie ou mesmo coloque fim ao relacionamento", disse, em entrevista ao Extra.

"Nesses momentos, esses homens tendem a fazer, também, essa reavaliação. Se eles não lidam bem com as suas questões, seus sentimentos, se eles já são violentos e não conseguem racionalizar essa dor, eles podem, sim, intensificar essa violência, e isso pode levar à ocorrência de um feminicídio”, acrescentou.