O líder da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo (Glesp), João José Xavier, foi acusado de assédio sexual por duas ex-funcionárias. As vítimas prestaram depoimento à Justiça no dia 9 de setembro. Ambas foram demitidas no meio da pandemia, uma delas após faltar ao trabalho por medo dos assédios.
Uma delas trabalhava na parte administrativa, enquanto a outra é auxiliar de limpeza. De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, as duas entraram com ações por danos morais, trabalhista e criminal. O advogado da dupla apresentou, no dia 2 de outubro, uma notícia-crime ao Ministério Público de São Paulo.
"Ele começou a me chamar com frequência no gabinete, e a mostrar vídeos de mulheres de bunda de fora", relatou uma das vítimas à Justiça. "E falava assim: 'Nossa, loirinha, olha só essa moça, que bunda bonita, deve ser igual à sua, só que infelizmente eu não vi a sua, você não quer nada comigo, né?'", continuou.
De acordo com ela, Xavier costumava elogiar seus seios e teria pedido para que ela fizesse faxina em seu gabinete, o que não era sua atribuição. "E agora, loirinha, se eu te agarrasse, que você ia fazer?", teria questionado à funcionária, que conta ter respondido que gritaria.
A outra vítima de João Xavier, a auxiliar de limpeza, conta ter vivenciado questões parecidas. "Sempre ele abordava, beijava no rosto, falava que eu era gostosa", relata.
Ambas foram demitidas no meio da pandemia. Quinze dias antes, a ex-funcionária da parte administrativa diz que Xavier a chamou e falou que os dois ficariam sozinhos em seu gabinete. "Entrei em pânico, só chorava", conta. Depois de faltar ao trabalho, foi demitida por Xavier.