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Mesmo com os homens dominando a indústria cinematográfica, ainda há muitas mulheres inspiradoras envolvidas na premiação do Oscar deste ano; saiba mais sobre algumas delas
Por Helô D'Angelo, do Eu, tu, elas
Logo no início do ano, a divulgação da lista dos indicados ao Oscar 2016 deu o que falar. Primeiro, não há nenhum negro entre as indicações, o que levou artistas como Will Smith, Michael Moore e Spike Lee a boicotar a premiação. Segundo, nenhuma mulher chegou à lista de cotados para o prêmio de melhor direção, o que gerou muito barulho entre personalidades femininas de Hollywood - algumas delas, como Queen Latifah, Jessica Chastain e Kátia Lund, se uniram e criaram uma produtora voltada para o incentivo de diretoras, roteiristas, atrizes e produtoras mulheres, chamada "We Do It Together".
Entretanto, mesmo com o machismo imperante, ainda há mulheres inspiradoras dentro do Oscar deste ano. Conheça um pouco mais sobre algumas delas:
- Cheryl Boone Isaacs [caption id="attachment_5783" align="aligncenter" width="518"] Foto: Wikipedia[/caption] Cheryl é uma executiva de relações públicas que começou a vida trabalhando como aeromoça para a companhia Pan Am. Aos 25 anos, ela resolveu seguir o irmão, Ashley Boone Jr, para Hollywood, onde começou a trabalhar como publicitária de filmes, chefiando as campanhas de produções como Forrest Gump, Coração Valente, O Discurso do Rei e O Artista. E 2013, Cheryl foi eleita a 35ª presidente da Academy of Motion Picture Arts and Sciences (AMPAS), a Academia que promove a premiação do Oscar. Ela é a terceira mulher no cargo (as outras foram Bette Davis e Fay Kanin), mas é a primeira pessoa negra na história da Academia a ser eleita presidente.
- Charlize Theron [caption id="attachment_5787" align="aligncenter" width="731"] Charlize Theron, em "Mad Max"[/caption] Nascida na África do Sul, Charlize Theron é uma defensora feroz dos direitos humanos. Em 2007, ela criou o Charlize Theron Africa Outreach Project (CTAOP), um projeto para dar apoio à juventude africana na luta contra o HIV. Em 2008, foi nomeada Mensageira da Paz das Nações Unidas e, em 2014, se engajou na luta antiestupro da ONU (o programa Stop Rape Now) e na luta pela legalização do aborto. Ela também apoia o casamento gay e já disse publicamente que não vai se casar até que ele seja legalizado nos Estados Unidos. Esse ano, Charlize foi indicada ao Oscar de melhor atriz por sua interpretação da personagem Furiosa, de Mad Max: Estrada da Fúria. Furiosa acabou se tornando um símbolo do feminismo na internet por fugir de todos os estereótipos da heroína perfeita - que é sempre sensual e frágil de alguma forma. Na história, que se passa em um futuro distópico, Furiosa tenta salvar as quatro "noivas" (ou melhor, procriadoras) de Immortan Joe, o líder local e vilão do filme. Entre outras frases impressionantes, Furiosa profere: "Aqui, tudo machuca".
- Rachel McAdams [caption id="attachment_5791" align="aligncenter" width="689"] Rachel McAdams, em "Spotlight"[/caption] Rachel McAdams ficou famosa como a temida Regina George, em "Meninas Malvadas" - um filme que nos mostra que a sororidade é muito mais incrível do que a competitividade entre mulheres. Depois de alguns romances água-com-açúcar como Diário de uma Paixão, ela se destacou em filmes maiores, como Meia Noite em Paris, e em séries de TV como True Detective. Ano passado, porém, Rachel chegou ao ápice da carreira interpretando a também muito inspiradora Sacha Pfeiffer, em Spotlight. No filme, Sacha é a única repórter mulher no time de jornalismo investigativo do The Boston Globe, e ajuda a trazer à tona o escândalo de pedofilia na igreja católica, em uma reportagem que renderia o Pulitzer ao grupo.
- Cate Blanchett [caption id="attachment_5796" align="aligncenter" width="741"] Cate Blanchett, em "Carol"[/caption] Cate Blanchett é, segundo a revista Time, uma das 100 pessoas mais influentes em todo o mundo, além de uma das atrizes mais bem sucedidas, segundo a Forbes. Não é exagero: a atriz australiana tem três SAGs, três Globos de Ouro, três BAFTAs e dois Oscar. Ela já interpretou a Rainha Elizabeth I da Inglaterra e Katharine Hepburn em O Aviador, além de ter contracenado com Brad Pitt, em O Curioso Caso de Benjamin Button. Em 2014, ganhou o Oscar de melhor atriz por Blue Jasmine, de Woody Allen, no qual interpretou Jasmine, uma mulher que resolve, após anos de traições, se vingar do marido e reconstruir a própria vida. Esse ano, Cate concorre ao prêmio de melhor atriz por Carol, filme baseado no livro "The Price of Salt", de Patricia Highsmith, que narra o romance entre Carol Aird e Therese Belivet nos conservadores anos 50.
- Brie Larson [caption id="attachment_5799" align="aligncenter" width="652"] Brie Larson, em "O Quarto de Jack"[/caption] Brie Larson não teve nenhum papel grande antes de Joy Newsome, em O Quarto de Jack. Mas é justamente isso que inspira nela: essa atriz até então desconhecida venceu o Globo de Ouro e o SAG Awards e conseguiu chegar até o Oscar com uma interpretação crua e cruel, sem sexualizações, sem explorar estereótipos de gênero e sem nenhuma ajuda - afinal, a maior parte do longa mostra ela e uma criança de 5 anos. Em O Quarto de Jack, Brie interpreta uma mulher que é sequestrada e mantida em cativeiro por 7 anos, durante os quais ela é diariamente estuprada. Joy acaba tendo um filho do sequestrador e resolve cria-lo. O filme é um enorme questionamento sobre a noção de "maternidade" - e Brie consegue levar o drama adiante de uma forma perfeita.