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Com o intuito de auxiliar mulheres presas - que chegam a usar até miolo de pão para conter o fluxo menstrual -, um coletivo arrecadou absorventes íntimos para doar, mas Secretaria de Administração Penitenciária recusou sob a alegação de já possuir o material
Por Redação
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro, vinculada ao governo estadual, recusou na semana passada milhares de absorventes íntimos arrecadados pelo coletivo Santa Mãe, que seriam destinados a mulheres presas. A ideia da campanha do coletivo - que ao longo do mês de agosto instalou pontos de coletas de doações em universidades, escolas e residências - era o de auxiliar detentas que sofrem com a falta de materiais desse tipo. De acordo com a jornalista Nana Queiroz, que recentemente lançou o livro Presos que menstruam, as detentas chegam a utilizar miolo de pão para conter o fluxo menstrual diante da falta de absorventes.
A Seap, no entanto, não aceitou o material sob a alegação de que já há absorventes suficientes para suprir a demanda de mulheres presas no estado. Atualmente são 2.091 detentas no Rio de Janeiro.
"Não temos ideia da razão da recusa no Rio, mas não perdemos as esperanças: acho que a Seap pode rever essa posição. Se isso não acontecer, doaremos para outro órgão", afirmou ao jornal O Estado de São Paulo Bel Junqueira, uma das organizadoras da mobilização, que também está arrecadando absorventes em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.
Também ao Estadão, a Pastoral Carcerária questionou a decisão da Seap em não aceitar as doações. De acordo com a irmã Petra Pfaller, as presas até chegam a receber absorventes, mas que é um pacote por mês - considerado insuficiente, pois a conta não leva em consideração as idades e as necessidades de cada uma.
O andamento da campanha, bem como os postos de coleta, maneiras de contribuir e novas iniciativas são compartilhadas na página do coletivo no Facebook.
Foto: Divulgação/Presos que Menstruam