Movimentos populares como a Uneafro Brasil e o Movimento Negro Unificado (MNU) organizaram uma manifestação na noite desta quinta-feira (5) em frente ao Theatro Municipal na capital paulista, pedindo a saída do atual secretário de Segurança Pública do governo do estado, Guilherme Derrite, do cargo.
Da frente do teatro, o protesto saiu em passeata até a sede da Secretaria de Segurança Pública, também no centro da cidade. Os manifestantes usaram palavras de ordem como "fora, Tarcísio", "fora, Derrite" e pedindo o fim da Polícia Militar. Na sequência, manifestantes marcharam até a Catedral da Sé onde terminou o ato.
“Cada um de nós que estamos aqui, que viemos das quebradas, dos cantões aqui de São Paulo, todos nós temos alguém próximo que morreu pela violência policial, e majoritariamente essas pessoas são negras. A violência policial acomete sobretudo a população negra. É muito importante dizer que o movimento negro, em outros tempos, já derrubou secretário de Segurança Pública. E nós vamos derrubar de novo”, disse Fabíola Carvalho, da Uneafro, em entrevista à Agência Brasil.
Priscila dos Santos, do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas, também apontou ao veículo que a violência policial só diminuirá com punição a agentes que desrespeitam a lei e com a desmilitarização da polícia. “Precisamos de um tipo diferente de organização que de fato proteja o povo. A gente acredita que há necessidade de desmilitarizar a polícia. Significa que a gente precisa construir uma instituição que não seja feita nos moldes militares, de ir atrás do povo como se ele fosse seu inimigo no território brasileiro”, apontou.
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) falou sobre a manifestação nas redes sociais. "Mesmo com forte chuva, o povo se reuniu hoje na frente do Theatro Municipal em ato contra violência policial. Nosso mandato marcou presença. Fora Derrite!", postou, em seu perfil no ex-Twitter.
Intertítulo
Casos recentes expuseram a brutalidade da Polícia Militar paulista. No domingo (1°), um policial militar foi flagrado arremessando um jovem de cima de uma ponte em um córrego. Nesta segunda-feira (2), vieram à tona imagens de um agente policial fora do serviço executando um jovem negro que tentou furtar sabões em uma loja da rede Oxxo com 11 tiros pelas costas.
O número de mortes provocadas por policiais militares em São Paulo aumentou 98% desde o início da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Segundo o Ministério Público, foram registradas 355 mortes em 2022, enquanto neste ano o estado já soma 702 mortes. No primeiro ano à frente do mandato, em 2023, a atual gestão já havia superado o número anterior, registrando 406 mortes entre janeiro e novembro.
Com informações da Agência Brasil