Com a retomada dos investimentos na Bacia de Campos, o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) promoveu uma grande campanha, em novembro, para enaltecer o papel do presidente Lula (PT) “neste momento histórico” e recordar as lutas travadas pelos petroleiros da região na última década.
A entidade, maior sindicato da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da América Latina, tem um longo histórico de luta em defesa dos trabalhadores e de uma Petrobrás forte.
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O Sindipetro-NF produziu peças para redes sociais, rádio, outdoor, além de um vídeo. A campanha foi um marco na luta dos trabalhadores, que há anos pressionam por uma retomada da confiança da estatal na região, que por muito tempo foi a província petrolífera com maior produção no Brasil.
O coordenador-geral do Sindipetro-NF e diretor de Relações Jurídicas da FUP, Tezeu Bezerra, afirmou que os investimentos não fazem parte de uma decisão técnica, mas sim política.
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“Estão tentando espalhar que essa decisão agora é técnica, que é por acaso, mas não é. Os estudos e a oportunidade de exploração na Bacia de Campos existem há tempo, só que a decisão política nos últimos anos era vender as plataformas, vender a Petrobrás”, esclareceu.
O fato que desencadeou as ações de comunicação foi o anúncio do Plano de Negócios 2025-2029 da Petrobrás, que prevê US$ 23 bilhões (cerca de R$ 140 bilhões) de investimentos na Bacia de Campos nos próximos cinco anos, com foco principal na revitalização dos campos maduros.
A companhia planeja colocar em operação cinco novas unidades de produção e 100 novos poços, com potencial para aumentar a produção diária de 450 mil para 1 milhão barris de petróleo.
Na elaboração da campanha, o Sindipetro-NF reforçou a importância da Bacia de Campos para a economia nacional e, principalmente, para a geração de empregos no Norte Fluminense, que na última década perdeu para a Bacia de Santos o título de província petrolífera de maior produção no Brasil.
A volta dos investimentos é vista como um passo essencial para a recuperação da indústria e fortalecimento da Petrobrás no setor energético nacional.
Nos governos Temer e Bolsonaro, a Bacia de Campos sofreu com uma redução significativa de operações, especialmente após o processo de desinvestimentos promovido pela estatal. Dezenas de ativos foram privatizados. Esse movimento provocou um impacto direto nas comunidades locais e na economia da região, o que intensificou a luta do Sindipetro-NF por uma mudança nesse cenário.
Fruto do movimento sindical
“A revitalização da Bacia de Campos é fruto da luta do movimento sindical. Em 2015, fizemos uma grande greve, em 2019, defendemos essa pauta na nossa campanha ‘É Petrobrás, é do povo, é Brasil’. Em 2020, fizemos outra grande greve e também a campanha ‘Petrobrás Fica na Bacia de Campos’, além de toda a luta travada durante o governo Bolsonaro para manter a companhia presente no Norte Fluminense. Isso é fruto da nossa luta, da nossa organização, da nossa articulação”, acrescentou o coordenador-geral do Sindipetro-NF.
Em um gesto de reconhecimento e valorização dessa conquista, o sindicato fez questão de expressar seu agradecimento ao presidente Lula, que atendeu ao apelo dos trabalhadores do setor petróleo e contribuiu para a decisão de reverter os cortes e investir novamente na Bacia de Campos.
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