A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos aprovaram calendário de assembleias para avaliar uma possível greve da categoria. O objetivo é combater a retomada do processo de privatizações, encaminhado pela diretoria executiva ao Conselho de Administração (CA) da Petrobrás.
Simultaneamente, os petroleiros decidiram e estão organizando uma paralisação nacional prevista para o início do expediente da próxima sexta-feira (24).
A decisão da diretoria executiva da empresa, divulgada no dia 17 de março, apontou para o prosseguimento da venda dos projetos que já tiveram pré-contrato assinado, como Polo Norte Capixaba, Polos Golfinho e Camarupim (ES), Polos Pescada e Potiguar (RN) e Lubnor (CE).
O documento encaminhado pela diretoria ao Conselho ocorreu duas semanas depois do ofício do Ministério de Minas e Energia pedindo à Petrobrás a suspensão, por 90 dias, da venda de ativos da petroleira, para análise e reavaliação.
O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, afirmou que a deliberação rápida da diretoria da empresa vai contra o projeto eleito de descontinuidade do “desmonte”. “É inadmissível que profissionais alinhados ao governo anterior sigam entranhados na gestão da Petrobrás, inviabilizando e boicotando o programa de governo que foi aprovado nas urnas”, declarou.
Dirigente diz que é preciso deixar mais clara a orientação do ministério
Ele entende que é preciso deixar mais clara a recomendação do ministério de interromper o processo. “O tema da suspensão da privatização de ativos não foi sequer discutido na reunião extraordinária do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), realizada na última sexta-feira”, acrescentou Bacelar.
O representante da entidade dos petroleiros destacou, ainda, que, com quase três meses de governo Lula (PT), a diretoria e o Conselho de Administração da companhia seguem ocupados por indicados da gestão de Jair Bolsonaro (PL), que correm contra o tempo para concluir as vendas de ativos.
“A FUP e seus sindicatos estão acionando o governo para que cumpra o seu papel de acionista controlador da estatal e oriente os indicados da União no CA a votarem pela suspensão das privatizações”, completou.