“200 anos de independência para quem?” é o lema do 28º Gritos dos Excluídos neste 7 de setembro de 2022, que ocorre em várias capitais do país e se contrapõe aos eventos oficiais que celebram a data em um Brasil onde mais de 60 milhões de pessoas vivem em insegurança alimentar e após uma política desastrosa durante a pandemia que deixou quase 700 mil mortos em números oficiais.
Organizado em todo o país por diversas entidades sociais, religiosas e movimentos de trabalhadores desde 1995, o Grito dos Excluídos traz reivindicações a respeito de direitos mais básicos, como moradia, trabalho digno e alimentação, que desde aquele ano já eram percebidos como negados para a maior parte da população, que é também a mais necessitada e vulnerável. Lamentavelmente, a pauta histórica do Grito segue atual.
Em São Paulo, cerca de 5 mil pessoas se reuniram na Praça da Sé, no centro da cidade, onde diversas tendas foram montadas. A organização na capital paulista ficou por conta do Movimento da População de Rua e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) que entregou 3 mil kits com alimentos aos parceiros de organização. Nas tendas eram expostos os produtos da reforma agrária e houve distribuição de pães, frutas e arroz doce preparado pelas cooperativas do MST. Veja a seguir algumas fotos da mobilização na capital paulista.
“O grito dos excluídos traz essa memória muito importante das lutas dos povos que aqui se juntam. É bonito porque todos vêm, desde o movimento sindical, popular, as pastorais e os estudantes. Nesse momento é fundamental fazermos isso, porque a gente tem que dizer que essa situação não pode perdurar e que lutar contra o bolsonarismo é fortalecer também a luta do povo sem teto, dos que moram nas ruas e vivem lutando contra a opressão. Estamos aqui para denunciar cada uma das opressões, dos direitos retirados e cada política que foi encerrada nesse governo nazifascista”, declarou Evaniza Rodrigues, militante de movimentos de moradia em São Paulo para os Jornalistas Livres.
No Rio de Janeiro, o 28o Grito dos Excluídos saiu da Avenida Presidente Vargas e percorreu a região portuária do centro da capital até chegar ao Cais do Valongo, um local onde chegavam os escravizados nos períodos colonial e imperial. “Estamos aqui no 28o Grito dos Excluídos e Bolsonaro e os fascistas não vão nos tirar das ruas, o medo não vai prevalecer”, declarou o candidato a deputado federal do PSOL-RJ, Glauber Braga, em vídeo publicado nas suas redes sociais. Veja a seguir imagens do 28o Grito dos Excluídos no Rio de Janeiro.
Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o Grito dos Excluídos também contou com milhares de pessoas e passou, entre outros pontos, pelo Carrefour em Passo D’Areia, onde Beto Freitas foi morto por seguranças às vésperas do Dia da Consciência Negra em 2020. Ao passar pelo local, a pauta antirrascista ganhou as ruas.
Confira a seguir imagens de outras capitais
Florianópolis (SC)
Recife (PE)
Maceió (AL)
Vitória (ES)