A categoria dos petroleiros conquistou uma vitória importante após negociação com a Petrobrás e suas subsidiárias. Dos 12 sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), nove assinaram, nesta quarta-feira (14), a quarta contraproposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
O reajuste salarial, com reposição integral dos 8,73% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado nos últimos 12 meses, será aplicado na folha de pagamento do dia 25 de setembro, retroativo ao dia 1 e manutenção da data-base, de acordo com informação da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Os sindicatos do Norte Fluminense e do Rio Grande do Sul, onde as assembleias para análise do acordo ainda não foram concluídas, assinam o ACT até esta sexta (16), assegurando o pagamento no próximo dia 30, com reajuste retroativo ao dia 1 de setembro.
No Unificado de São Paulo, os petroleiros estão enfrentando problemas com a gestão autoritária da Replan, que segue impedindo a realização de assembleias dentro da refinaria. Por isso, o sindicato vinha reunindo os trabalhadores do lado de fora da unidade, às margens da rodovia, o que foi proibido pela Polícia Rodoviária Federal.
Enquanto o impasse com a gestão da Replan não se resolve, o resultado final das assembleias segue indefinido.
A FUP já acionou o RH da Petrobrás para que interceda e garanta o direito do Sindipetro realizar as assembleias com segurança, dentro da refinaria.
O ACT 2022/2023 é resultado de um processo de acúmulo de forças da categoria. Nesta campanha reivindicatória, mais uma vez, os petroleiros enfrentaram o assédio da gestão bolsonarista, que tentou, novamente, retirar conquistas históricas, chegando a propor a extinção dos capítulos que garantem no ACT as cláusulas de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) e de Assistência Médica Supletiva (MAS).
Mobilização deve continuar para impedir privatização da Petrobrás
Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, destaca que a campanha reivindicatória não termina com a assinatura do ACT. “É importante que a categoria siga mobilizada em defesa da Petrobrás, pois o governo Bolsonaro continua se movimentando para colocar em votação no Congresso Nacional o seu projeto de privatização da empresa”, diz.
“Mais do que nunca, precisamos seguir engajados no processo eleitoral, pois temos a real possibilidade de alterar os rumos do país, sacramentando o fim desse governo que tanto mal tem feito ao povo brasileiro. Nossa unidade e luta serão fundamentais para que possamos recuperar os direitos que nos foram usurpados e reconstruir o Sistema Petrobrás, garantindo o abastecimento do país, impulsionando o desenvolvimento nacional e valorizando, de fato, constrói os resultados dessa empresa, que somos nós, trabalhadores”, afirma.