O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) divulgou, nesta quinta-feira (9), uma nota para rebater as acusações do Movimento Brasil Livre (MBL).
O vereador Rubinho Nunes (União Brasil-SP), membro do grupo de direita, protocolou requerimento no Ministério Público (MP), com o objetivo de enquadrar o MTST como organização criminosa.
A justificativa do vereador foi o protesto legítimo realizado, nesta quarta (8), por mais de 100 trabalhadores sem-teto contra o aumento da fome em um ato no Shopping Iguatemi, um dos mais luxuosos de São Paulo.
Durante o ato, os manifestantes ocuparam a praça de alimentação do centro de compras, no horário de almoço. “A fome cresceu 60% desde que Bolsonaro foi eleito, ninguém pode achar normal uma coisa dessas. O governo dele faz os ricos ficarem mais ricos, mas não faz apenas os pobres ficarem mais pobres: nos faz passar fome, e é por isso que estamos aqui”, afirma Ediane Maria, coordenadora do MTST.
“O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto luta pelo cumprimento da Constituição, que tem como objetivo fundamental, expresso de maneira cristalina já em seu artigo 3º, ‘erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais’”, diz um dos trechos da nota.
“Fiel a esse princípio constitucional, o MTST irá inaugurar, na próxima terça-feira (14), sua 31ª Cozinha Solidária, na Praça da Sé, em São Paulo. Desde março de 2021, o movimento já serviu mais de 500 mil refeições gratuitas à população vulnerável”, acrescenta.
“Trabalhamos por quem mais precisa. Não podemos dizer o mesmo do MBL, grupo de origens obscuras, cuja atuação é pautada no combate aos direitos sociais dos mais pobres, e que tem entre seus membros defensores do nazismo e do turismo sexual em zonas de guerra”, conclui a nota, assinada por Ediane.
MBL chama de “invasão” legítimo protesto do MTST em shopping de SP
No documento, entre várias alegações absurdas, os integrantes do MBL afirmam que o MTST gera “pânico contra inocentes proprietários de imóveis que não têm culpa a respeito dos problemas de falta de moradia no país”.
Eles também usam o termo “invasão” para se referir ao protesto no shopping e mencionam um trecho do código penal sobre “compartimentos não abertos ao público”, embora a circulação no centro comercial seja livre.