Solange Santana, secretária do interior do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo, foi agredida durante uma atividade de convocação para os atos do 1º de Maio, neste sábado (30). O caso ocorreu em Santos, litoral de São Paulo.
Além de ser ofendida por um homem, ela levou uma rasteira e quase bateu a cabeça no chão. “Estamos na véspera do 1º de Maio e fizemos uma atividade organizada pela CUT-Baixada Santista para falar da luta por direitos, pela democracia, pelo ‘Fora Bolsonaro’, por todo esse estado de coisas que estamos vivendo atualmente no país, com agressões contra jornalistas, inclusive, promovidas pelo discurso de ódio do Bolsonaro”, contou Solange.
Na avaliação da jornalista, é justamente o discurso de ódio do presidente que funcionou como um dos "propulsores" desse episódio.
“Nós estávamos em frente a um supermercado, no Jardim Rádio Clube, Zona Noroeste, distribuindo material, falando das questões do país. Uma pessoa chegou perto de uma companheira nossa, professora veterana, e começou a ofendê-la, chamando de ‘vagabunda’ e ‘bandida’”, relatou.
“Não satisfeito, essa pessoa veio na nossa direção, querendo nitidamente provocar, me provocando diretamente. Eu estava com o celular na mão, por questão de segurança. Nas manifestações eu deixo na mão, para esse tipo de coisa mesmo. Truculento, ele me ameaçou. Esperou eu me virar para ter a condição de passar uma rasteira em mim. Caí no chão e quase bati com a cabeça”, relembrou Solange.
Depois do ato de violência, os populares reagiram e foram para cima do homem. “Para evitarmos que houvesse uma situação dramática, acionamos a polícia para que a coisa fosse resolvida como deve ser. É um crime o que ele fez. Temos que buscar a punição para quem age dessa maneira. Foi isso que fizemos. Fomos à delegacia com os companheiros, fiz o boletim de ocorrência (BO)”.
Solange sofre escoriações leves no braço e no joelho direito
A jornalista foi ao pronto-socorro. Ela sofreu leves escoriações no braço e no joelho direito.
“Nós, do Sindicato dos Jornalistas, da Apeoesp, da coordenação da CUT, estávamos ali sem incomodar ninguém, só falando aquilo que envolve o 1º de Maio, a luta dos trabalhadores, a situação do custo de vida, as privatizações e o que isso desencadeia para os trabalhadores, ou seja, fazendo a denúncia do que está acontecendo no país, com esse projeto que o Bolsonaro e seus apoiadores sustentam”, acrescentou.
Solange revela que o que ficou disso é “um sentimento de pura indignação. Nós não podemos aceitar esse tipo de coisa, a tentativa de inibir os movimentos sociais de irem para as ruas. É isso que não podemos deixar acontecer. Temos que continuar a ir para a rua. Nós vamos continuar falando o que está acontecendo no país até vencermos esta página terrível da nossa história”, completou.