A Coalização Negra por Direitos, a comunidade congolesa no Rio de Janeiro e em São Paulo, movimentos antirracistas e a família de Moïse Mugenyi, refugiado congolês que foi brutalmente assassinado em um quiosque na Barra da Tijuca, organizam atos e manifestações por justiça.
Moïse foi espancado com socos, chutes e pauladas até a morte por um grupo de homens na madrugada da última segunda-feira (31), após ter ido ao quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, para cobrar por dois dias de serviço que tinha prestado no local.
No Rio de Janeiro, a manifestação ocorrerá no próximo sábado (5), a partir das 10h, em frente ao quiosque onde aconteceu o assassinato, no posto 8 da praia da Barra da Tijuca.
Já em São Paulo o ato acontecerá também no sábado (5), às 10h, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista.
À Mídia Ninja, Douglas Belchior, da Coalizão Negra por Direitos, informou que a entidade se reunirá, em breve, com o Subcomitê de Prevenção à Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU) para denunciar o assassinato de Moïse e "em fortalecimento às denúncias já articuladas pelas organizações negras e de direitos humanos locais, do estado do Rio de Janeiro".
Assassinato brutal
Vieram à tona nesta terça-feira (1) as imagens da câmera de segurança do quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca (Rio de Janeiro), onde o refugiado congolês Moïse Mugenyi foi assassinado a pauladas após cobrar pagamento de dois dias de serviço no local.
No vídeo, obtido pelo jornal Extra e já sob análise da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que investiga o caso, é possível ver que três homens espancam Moïse com chutes, socos e pauladas. As imagens mostram ainda que os agressores amarram o congolês pelos pés e mãos com pedaços de fio.
Após algum tempo de espancamento, uma mulher ainda se junta aos homens que agrediam Moïse para tentar reanimá-lo com uma massagem cardíaca. O refugiado, no entanto, morreu em decorrência das agressões.
Um dos homens que participaram do assassinato de Moïser se entregou à polícia nesta terça-feira (1). Outros dois suspeitos também foram detidos: um estava escondido e foi localizado pelos policiais, já o terceiro não teve informações divulgadas.
Também nesta terça-feira, a prefeitura do Rio suspendeu o alvará de funcionamento do quiosque Tropicália. O dono do estabelecimento deve prestar depoimento à polícia até esta quarta-feira (3).
Moïse veio ao Brasil com a família em 2014 para fugir da fome e da guerra no Congo.