Líderes de várias centrais sindicais se manifestaram nesta quinta-feira (19) sobre os atos realizados no 18A, que ocorreram em diversas cidades de diferentes regiões do Brasil, pelos direitos dos trabalhadores e em defesa do funcionalismo público.
As duas pautas estão sob fogo cruzado no Congresso Nacional, onde tramitam a MP 1045, que precariza ainda mais as relações de trabalho no país, e a reforma administrativa (PEC 32), que pretende alterar todo o regramento que versa sobre os servidores públicos das três esferas de poder.
“O que está acontecendo no país é um desmonte sem precedentes, uma tragédia imposta pelo governo Bolsonaro e seus cúmplices no governo e no Congresso Nacional, que atinge não só os trabalhadores, mas toda a população, porque a maioria dos servidores presta serviços essenciais. Precarizar o trabalho e a ameaçar os serviços públicos não é a saída para o país voltar a crescer. E a saída para essa crise não é essa criada pelo governo, que com a MP 1045 acaba com direitos... E trabalho sem direitos é trabalho escravo, porque retira totalmente a proteção dos trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público. A saída é o país voltar a crescer e é isso que estamos defendendo hoje nas ruas, nas redes, nos locais de trabalho”, falou confiante o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Já o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, afirmou que a resposta do funcionalismo e da classe trabalhadores veio de forma clara. “Os servidores estão respondendo à altura os ataques de Guedes e Bolsonaro. O povo brasileiro é grato ao SUS, aos professores, aos policiais, aos assistentes sociais e tudo isso é o serviço público. Atacar os servidores é atacar pessoas que sempre estão ao lado do nosso povo nos momentos mais difíceis”, disse.
Quem também comentou o 18A foi Miguel Torres, presidente da Força Sindical . “Conseguimos uma expressiva mobilização nacional, tanto dos trabalhadores do setor público quanto dos do setor privado, de diversas categorias. Só na base metalúrgica de São Paulo e Mogi das Cruzes foram realizadas mais de 50 assembleias, com mais de 8 mil metalúrgicos, conscientes sobre a importância do serviço público no Brasil e dos direitos da classe trabalhadora em geral", resumiu.
O presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, desabafou sobre a condição em que se encontra a população por conta do governo de Jair Bolsonaro. “O povo brasileiro está pobre, doente e nunca foi ouvido nem teve acesso às decisões sobre os rumos do país. Mas a coisa está mudando: ninguém aguenta mais as bobagens do governo Bolsonaro. A PEC 32 e a MP 1045, que acabam com os direitos dos trabalhadores, estão colocando a população na rua. E não vamos parar por aí. Hoje (18) milhares fizeram manifestações em todos os estados. Nas próximas manifestações serão milhões. Até o governo criar vergonha na cara”, disparou indignado.
José Reginaldo Inácio, presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), frisou a abrangência das manifestações, que permearam todo o país. “Derrotar da PEC 32 deixou de ser uma agenda corporativa dos servidores para ser uma agenda social. Hoje, graças ao empenho e disciplina das entidades sindicais do setor público, podemos afirmar que não há um único município brasileiro aonde os retrocessos da PEC 32 não tenham sido discutidos. O cidadão brasileiro e os trabalhadores do setor privado estão tomando consciência de que não se trata de uma ‘reforma’, mas da destruição deliberada dos serviços públicos, condição que os coloca como maiores prejudicados”, explicou.