O coletivo das mulheres da direção executiva da União Nacional dos Estudantes (UNE) realiza nesta sexta-feira (25), um ato de denúncia e escracho em frente a uma unidade da loja FARM, no Rio de Janeiro, em razão da campanha publicitária lançada pela marca após a morte de Kathlen Romeu, jovem grávida negra baleada em operação policial no Rio de Janeiro. A ação faz parte das atividades do 9º Encontro de Mulheres Estudantes (EME).
A UNE afirma que a rede de vestuário, 5ª maior do país no ramo, buscou capitalizar sobre o assassinato de Kathlen ao criar um código de desconto com o nome da ex-vendedora da loja, com a justificativa de que a comissão das vendas feitas com o código seria destinada a família da jovem.
A entidade destaca que o grupo SOMA (SOMA3), do qual a FARM faz parte, lucrou apenas no último trimestre de 2020, 39 milhões, captando no último ano 1.8 milhão na sua estreia na bolsa de valores brasileira. "O que torna a busca por capital usando a morte de uma vendedora que recebe, em média, 1500 reais por mês, ainda mais absurda e repugnante", afirma a UNE.
"A desumanização que as empresas fazem com a vida das mulheres, em especial das mulheres pretas é revoltante. Não tem explicação para que, em menos de 24h depois da morte de Kathlen e seu bebê, a empresa já tenha se articulado para que pudesse lucrar em cima dessa morte. Não iremos tolerar isso", disse Regina Brunet, 1ª vice-presidenta da UNE, à Fórum.
"É o mesmo capitalismo racista, só que com a estampa diferente", agregou.