12 mil trabalhadores da Eletrobras entrarão em greve nesta terça-feira contra a privatização da empresa

A MP que prevê a privatização da estatal deve ser votada pelo Senado ainda esta semana; urbanitários dizem que medida aumentará tarifa da conta de luz

Foto: José Lins/Furnas/DivulgaçãoCréditos: Arquivo Furnas/Divulgação
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A Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) anunciou que, a partir da 0h desta terça-feira (15), 12 mil trabalhadores da Eletrobras entrarão em greve por 72 horas. A paralisação é um protesto contra a Medida Provisória (MP) 1031 do governo Bolsonaro, aprovada na Câmara em maio, e que deve ser votada pelo Senado ainda esta semana.

Segundo a FNU, a privatização da estatal prejudicará a população na medida em que ela deverá acarretar no aumento da tarifa de energia elétrica.

O vice-presidente da FNU, Nailor Gato, garante que a população não será prejudicada pela greve, já que a não troca de turnos entre os trabalhadores que atuam no campo prejudicará apenas o atendimento de manutenção preventiva e o programado. "Mas, é necessário entender que a soberania nacional está em jogo, que haverá aumentos de preços, caso a Eletrobras seja privatizada, e serão os consumidores que pagarão por tudo isso", explica.

“Os trabalhadores da Eletrobras querem é o mínimo de bom senso e respeito ao povo brasileiro. Fazemos um apelo aos senadores e senadoras para que tenham espírito republicano e responsabilidade com uma pauta de um setor tão estratégico para o país”, afirma Paulo de Tarso, presidente da CNU. Ele adiciona, ainda, que a MP da privatização tem como único objetivo único objetivo "beneficiar os privilegiados que sustentam o governo de Jair Bolsonaro, especialmente banqueiros e especuladores".

As empresas que compõem o sistema Eletrobras já foram avisadas sobre a greve.

Aprovação da MP na Câmara

A Câmara dos Deputados aprovou no dia 19 de maio uma medida provisória (MP) apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro que prevê a privatização da Eletrobras (MP 1031/21). Parlamentares do campo da oposição e sindicatos denunciaram atropelo na pauta, que teve aprovação relâmpago, em apenas 23h.

Por 313 votos a favor, 166 contra e 5 abstenções, o texto foi aprovado na Câmara e agora será enviado ao Senado Federal. Apenas PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB, Novo e Rede orientaram voto contra o texto. Ao contrário do bloco oposicionista, o Novo era favorável à privatização, mas contra o texto do relator Elmar Nascimento (DEM-BA). CONFIRA COMO VOTOU CADA DEPUTADO.

Segundo informações da Agência Câmara, o modelo de desestatização previsto no relatório de Nascimento prevê a emissão de novas ações a serem vendidas no mercado sem a participação da empresa, resultando na perda do controle acionário de voto mantido atualmente pela União. O relatório prevê também que esse modelo poderá ser usado por outras empresas públicas.